MÚSICA

Blues na Praça: música e gastronomia levam famílias à praça Alaska, em BH

Evento é realizado mensalmente e tem acesso gratuito

Por Bruno Daniel
Publicado em 04 de maio de 2024 | 17:22
 
 
 
normal

Desde setembro de 2022, é tradição: todo primeiro sábado do mês, a partir de 12h até o anoitecer, as árvores da praça Alaska, no bairro Sion, região Centro-sul de Belo Horizonte, passam a dividir espaço com um palco, microfones, baixos, guitarras, baterias e uma legião de fãs de blues. Tudo isso graças ao projeto Blues na Praça, que teve mais uma edição neste sábado (4). A presença de famílias e a variedade de público marcaram o evento. 

Fã de carteirinha de blues, o organizador da atração, o promotor de eventos Amauri Sodré Júnior, de 64 anos, conta que o Blues na Praça era um sonho desde antes da pandemia, mas a falta de um local adequado impediu que o projeto saísse do papel. A realização do sonho só foi possível após a pandemia, em 2022, e o casamento com a praça Alaska foi perfeito. 

"Desde o início já foi um sucesso. Vem gente de BH inteira, região da Pampulha, zona Oeste, Leste. E obviamente, da região do bairro Sion, vem uma galera muito pesada, que abraçou o evento, que já trouxe vários benefícios para a praça, trazendo o poder público para cá. Já tem vereador querendo fazer reforma na praça, para melhoria", relata. 

Realizar o evento em um local público, segundo Amauri, ajuda não só a popularizar o ritmo, que é pouco conhecido, mas também é mais agradável e mais vantajoso em termos econômicos.

"Aqui você forma um público consumidor de música. Aqui você não está pagando couvert artístico, nem dez por cento de consumo. Está vendo música de extrema qualidade, uma gastronomia diversificada e curtindo o dia", argumenta. 

O blues, explica Amauri, tem origens africanas e foi potencializado na América. Ao contrário do que muitos pensam, é um ritmo muito dançante, e não melancólico. “É um ritmo muito melódico, que fala com a alma, conta histórias”, diz Amauri. Segundo o organizador, a variedade de vertentes do ritmo se faz presente no Blues na Praça, que já recebeu artistas de outros locais, como o carioca Ármano Leal e o inglês Ian Siegal. 

Variedade de público 

Crianças, jovens, idosos e até mesmo pets marcaram presença no Blues na Praça. Enquanto se deixava levar pelo ritmo da banda Blues & Bones, uma das novidades da edição deste mês, a administradora Edwiges Lempp, de 69 anos, declarou à reportagem seu amor pelo ritmo. A cada hit executado pela banda no palco, lá estava a empresária no agito. 

“Música pra mim representa vida, alegria, E eu vivencio música através da dança. O que eu amo no blues é o fato de ser uma dança extremamente criativa. Você pode performar, fazer o que quiser. A música te conduz”, elogia a mulher, que já é uma veterana do Blues na Praça e garante que marca presença em todos os eventos de blues ao ar livre. 

Por outro lado, o professor universitário Carlos Eduardo Amaral, de 38 anos, foi ao evento pela primeira vez neste sábado. Natural de Fortaleza, no Ceará, ele mora na capital mineira há apenas dois meses com a esposa e o filho Théo, de apenas três anos. Ainda conhecendo BH, ele marcou presença no Blues na Praça e aprovou a ideia de música ao ar livre promovida pelo evento. 

“É um espaço em que você tem muitos atrativos para diferentes idades. É legal essa ocupação desse espaço público de uma forma diferente. Dá um estilo brasileiro, um ambiente mais alegre. Dá um contraste legal com essa animosidade do blues”, comemora o professor. 

Além de cervejas e drinks, o evento também apresentava variedades gastronômicas, como feijão tropeiro, as famosas empanadas argentinas e também a paella, prato típico da Espanha. A variedade gastronômica foi aprovada pela assistente social Idiene da Cruz, de 50 anos, amante de blues desde 2010, que sempre vai ao evento acompanhada da família. 

“As pessoas têm oportunidade de estar apresentando seu trabalho, a gastronomia, os pratos que eles criam. Tudo de bom”, resume. 

O Blues na Praça é realizado tradicionalmente no primeiro sábado de cada mês. O ingresso é gratuito e pode ser retirado pelo Sympla. O consumo de bebidas e alimentos no interior do evento é pago.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!