Mostra de Tiradentes

Carta de Tiradentes sugere criação de novo conselho audiovisual

Documento divulgado no último dia da mostra aponta ações centrais para futuro das políticas públicas no setor

Por Daniel Oliveira
Publicado em 31 de janeiro de 2015 | 19:28
 
 
 
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Uma tradição já realizada há cinco anos, a Carta de Tiradentes 2015 foi divulgada neste sábado (31), último dia da 18ª edição da mostra de cinema na cidade. O documento, que faz um diagnóstico da produção audiovisual no país, propôs uma série de ações centrais para estruturar as políticas públicas para a área. Entre elas, está a sugestão da criação de um Conselho Nacional de Política Audiovisual, mais amplo, representativo e colaborativo que o atual Conselho Superior de Cinema.

No texto, os coassinantes reconhecem os avanços alcançados, com relação à diversidade de produção e linhas de fomento, desde a primeira publicação da Carta, mas fazem demandas quanto aos gargalos ainda existentes. Os principais deles dizem respeito às áreas de distribuição e exibição, à presença do cinema brasileiro no cenário internacional e à necessidade de revitalização de aparelhos sucateados do Ministério da Cultura com a volta de Juca Ferreira.

A Carta pleiteia uma política “que distribua os recursos já existentes de modo a contemplar a inovação tanto do ponto de vista estético quanto de mídias e formatos” e que “desenvolva iniciativas novas e arrojadas de distribuição e exibição capazes de vencer o histórico gargalo que marca o acesso aos conteúdos”. Além disso, ela solicita um avanço “na estruturação comercial do setor e na democratização da produção e acesso aos bens culturais”.

Para isso, os autores sugerem cinco ações estruturantes. Além da criação do Conselho Nacional de Política do Audiovisual, estão a diversificação do Fundo Setorial do Audiovisual; a revitalização da Cinemateca Brasil e do Centro Técnico Audiovisual (CTAv), com vistas ao fortalecimento da preservação e dos circuitos exibidores alternativos no país; e a elaboração de uma política ousada de internacionalização da produção, especialmente em relação à América Latina e à África lusófona, “tarefa que permanece pendente e com iniciativas desarticuladas”.

O documento divulgado foi resultado de um debate realizado durante o evento, com as presenças da coordenadora geral da Mostra de Tiradentes, Raquel Hallak, do assessor especial do MinC, Adriano de Angelis, da ex-gestora do Audiovisual da Secretaria de Cultura de Pernambuco, Carla Francine; do cineasta e ativista Ricardo Targino e com a participação do público presente.

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