convite ao púbico

CCBB Educativo de BH traz novas atividades imersivas, todas gratuitas

Artista peruana Yanaki Herrera conduz bate-papo no próximo dia 13 de março, a partir da exposição “Tesouros Ancestrais do Peru

Por FM O TEMPO
Publicado em 12 de março de 2024 | 20:20
 
 
 
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Mais que admirar a beleza e raridade das peças que integram a exposição “Tesouros Ancestrais do Peru”, a nova programação do CCBB Educativo – Territórios e Saberes é um convite a olhar para a nossa própria história.

Neste mês, crianças e adultos serão contemplados com atividades gratuitas que suscitam a reflexão, sem abrir mão do caráter lúdico que marca as atividades de arte-educação do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte.

A partir do raro acervo pré-incaico, com peças que datam de 900 a.C, o público poderá tecer um diálogo entre as culturas andina, brasileira e mineira e se enxergar como parte de uma história que é coletiva. “Resgatar a memória ancestral é reconhecer os saberes das diversas culturas que nos compõem e, a partir disso, valorizar a diversidade e contribuir para a manutenção dela”, destaca o coordenador do CCBB Educativo, Danilo Filho.

História em construção

Segundo Danilo Filho, a história é algo em constante construção. “Ao olharmos para quem fomos e o que fizemos como sociedade, conseguimos projetar uma mudança no presente para repensar o futuro. Dessa forma, construímos uma história coletiva mais democrática e acessível”, ressalta.
Por meio de diversas atividades, oficinas e bate-papos (confira a programação completa logo abaixo), o projeto “Territórios e Saberes” busca acessar conhecimentos e atores que, muitas vezes, se encontram à margem da validação social e acadêmica.

“O objetivo é mapear as riquezas existentes nos diversos territórios (geográficos e simbólicos) do conhecimento e colocá-los em diálogo por meio da mediação cultural – que é uma forma de ampliar o olhar para as exposições em cartaz trazendo pessoas para discutir temas pertinentes culturalmente ou que fazem parte de suas pesquisas profissionais”, explica o coordenador do CCBB Educativo, Danilo Filho. 

Dos Andes às Minas

O novo espetáculo de contação de histórias “URQUKUNA: dos Andes às Minas” convida o público a conhecer a história do deus-herói Ai Apaec e a lenda da serpente mítica Amaru. Inspirado nas civilizações pré-incaicas, o CCBB Educativo resgata nesta atividade histórias de deuses, figuras mitológicas e contos ancestrais, que chegam até as montanhas de Minas Gerais, trazidas pelos pastores de lhamas. Estabelecendo um diálogo direto com a exposição “Tesouros Ancestrais do Peru”, surge a figura simbólica do pastor andino da região peruana para contar, por meio das lendas e contos antigos, um pouco dessa cultura. Quando: até 31/03. Horários: sábado, domingo e feriados - 14h e 16h.

Já no Laboratório de Práticas Criativas - “Nossos Nós”, o público é convidado a resgatar lembranças, heranças e pensar o futuro a partir da criação coletiva de um objeto artístico inspirado no Quipu, um instrumento de comunicação desenvolvido pelos incas.

O que te liga aos seus antepassados? Qual legado deixaram que ainda hoje você carrega consigo? Essas são algumas das questões que o Laboratório vai instigar, já que cada participante poderá partilhar memórias e informações sobre a sua história e registrá-las em um cordão de tecido por meio de argolas, nós e tranças. Ao finalizar, sua linha pessoal será unida às de outros participantes, em uma grande trama coletiva que ficará instalada no teto do Ateliê Educativo. Quando: até 31/03. Horários: sábado, domingo e feriados - 12h e 17h.

No Pequenas Mãos – “Entre Cores e Linhas”, crianças a partir de três anos são convidadas a criar objetos artísticos usando as padronagens da tecelagem andina e a saber mais sobre a história que cada uma de suas cores conta. Inspirada nas imagens e estética ancestrais do Peru, esta ação desafia as crianças a equilibrar cores e espessuras, ao mesmo tempo em que é um convite para conhecer a história dos tecidos produzidos pelos povos pré-incaicos. Quando: até 31/03. Horários: sábado, domingo e feriados – 15h.

O novo Música em Cena – “Puriqkuna, los Viajeros” apresenta um grupo de viajantes artistas que percorre Peabiru, o antigo caminho indígena que conecta o Oceano Atlântico ao Pacífico, para contar e cantar histórias e costumes dos povos andinos. Quando: até 31/03. Horário: sexta-feira – 19h.

Tecnologias ancestrais no espaço sensorial

Para suscitar uma experiência artística por meio de sentidos e sensações que vão além da visão, o “Espaço Sensorial – Tecnologia Ancestral” convida o público a explorar três tecnologias ancestrais desenvolvidas pelos povos andinos: a narrativa oral, o plantio em níveis e a tecelagem. 
Nesta atividade, a Tecnologia da Memória é composta por uma roda de almofadas para se aconchegar e ouvir uma história que percorre a relação entre natureza e religião; na Tecnologia do Cultivo, gavetas contendo placas táteis, recipientes com aromas e perguntas mediadoras instigam os sentidos; e a Tecnologia do Cuidado dispõe de teares e fios de diferentes texturas para a criação de composições em tecelagem. A partir desta experiência, os visitantes poderão refletir sobre o valor das heranças culturais ancestrais e de que maneira essas práticas estão presentes no nosso cotidiano. Quando: até 31/03. Horários: segunda, quinta e sexta – das 10h às 20h. Sábado, domingo e feriados – das 11h às 12h e das 15h às 16h.

Bate-papo com a artista peruana Yanaki Herrera

Nascida em Cusco, no Peru, a artista plástica Yanaki Herrera tem um importante trabalho em torno da ancestralidade, tema que tem extrapolado as paredes universitárias para entrar nas casas de descendentes de populações socialmente menorizadas e afetadas pela colonização europeia.

A partir desse gancho e das suas experiências, ela conduz o bate-papo “O Ancestral que Vive em Mim”, parte da série “Chá entre Nós”, que será realizado no próximo dia 13 de março, às 19 horas. Durante o encontro, serão levadas questões sobre a forma de reconhecer e reverenciar a ancestralidade no corpo artístico e quais transformações esse mergulho pode gerar em sua própria história e em seus descendentes. Além disso, o CCBB Educativo lança um olhar sobre a produção imagética da artista e investiga as conexões entre seu trabalho e a exposição “Tesouros Ancestrais do Peru”.

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