"DÓI NA ALMA"

Escola suspende alunas acusadas de racismo contra filha de Samara Felippo

Alunas do 9° ano pegaram um caderno da garota de 14 anos e escreveram ofensas raciais

Por Mohammed/Grupo Observatório
Publicado em 29 de abril de 2024 | 12:43
 
 
 
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Na segunda-feira passada (22), a atriz Samara Felippo veio a público denunciar que sua filha mais velha, de 14 anos, foi vítima de racismo na escola de alto padrão Vera Cruz, na Zona Oeste de São Paulo, por parte de duas alunas da unidade em que estuda.

De acordo com a artista, as meninas em questão arrancaram folhas do caderno de sua filha e escreveram uma frase racista em uma das páginas. O objeto, então, foi devolvido aos achados e perdidos e, posteriormente, foi recuperado pela vítima.

"Todas as páginas, de um trabalho de pesquisa, elaborado, caprichado, valendo nota, feito por ela, foram arrancadas violentamente e dentro do caderno havia a frase [racista]. O caderno já está em minhas mãos e um novo caderno já foi dado a minha filha", contou a atriz em uma carta escrita a um grupo de pais da escola.

Samara Felippo registrou um boletim de ocorrência, pediu a expulsão das alunas que atacaram sua filha e não definiu ainda se a menina continuará estudando na Vera Cruz.

"Ainda estou digerindo tudo e talvez nunca consiga, cada vez que olho o caderno dela ou vejo ela debruçada sobre a mesa refazendo cada página dói na alma. Choro. É um choro muito doído. Mas agora estou chorando de indignação também", declarou a atriz.

Em comunicado enviado às famílias, o Vera Cruz destacou que a filha de Samara procurou a procurou a professora e a orientadora da série após recuperar o caderno.

"Imediatamente foram realizadas ações de acolhimento à aluna, de comunicação a todos os alunos da série, bem como a suas famílias. Desde o primeiro momento, mantivemos contato constante com a família da aluna vítima dessa agressão racista, assim como permanecemos atentos para que ela não fique demasiadamente exposta e seja vítima de novas agressões. Na circular enviada a todas as famílias no mesmo dia, solicitamos que todos conversassem com seus filhos sobre o ocorrido, e na terça-feira, dia 23 de abril, duas alunas do 9º ano e suas famílias compareceram à Escola, responsabilizando-se pelos atos", diz um trecho da carta divulgado pelo g1.

O Vera Cruz informou ainda que as alunas foram suspensas por tempo indeterminado: "A suspensão se encerrará quando entendermos que concluímos nossas reflexões sobre sanções e reparações, que ainda seguimos fazendo – fato também comunicado a todas as famílias diretamente envolvidas. Ressaltamos que outras medidas punitivas poderão ser tomadas, se assim julgarmos necessárias após nosso intenso debate educacional, considerando também o combate inequívoco ao racismo".

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