Quem assistiu à série 'Pacto Brutal - O Assassinato de Daniela Perez', dos diretores Tatiana Issa e Guto Barra, disponível desde o fim de julho na plataforma de streaming HBO Max, tem se impressionado não só com a história, mas, sobretudo com os bastidores. Muitas revelações são feitas no decorrer dos cinco episódios da minissérie. E uma delas é de quem faria Bira, o papel na novela De Corpo e Alma, que acabou sendo do ator mineiro Guilherme de Pádua, assassino confesso da filha de Gloria Perez.
Guilherme de Pádua, que na época tinha 23 anos, fazia carreira no teatro no Rio de Janeiro para onde se mudou vindo de Belo Horizonte. Ele, inclusive, chegou a ser um dos famosos leopardos, do show “A Noite dos Leopardos”. A produção era uma apresentação de strip-tease masculino, que acontecia nos anos 1980 e 1990 na Galeria Alaska, reduto gay na noite carioca. Guilherme fazia parte do banco de novos talentos da Globo e chegou a fazer algumas participações em produções da emissora. De Corpo e Alma era a novela das 20h da época.
Por obra do acaso ou do destino, como a própria autora do folhetim afirma, o personagem Bira não seria interpretado por Guilherme e ela teria escrito o papel exclusivamente para Alexandre Frota. O hoje deputado e ex-ator é quem conta essa história em um dos episódios. "O destino seria outro completamente diferente, e nós poderíamos ter a Dani junto da família dela e casada com o Raul [Gazolla]", lamentou. Na novela, Bira e Yasmin (Daniella Perez) vivem um romance, mas ela termina com ela para ficar com seu grande amor, Caio (Fábio Assunção).
Na época, 1992, Frota fazia parte do elenco da novela das 19h, Perigosas Peruas, de Carlos Lombardi. No entanto, não foi liberado a tempo pelo autor da trama. "O papel do Bira foi escrito pra mim, a Gloria escreveu pensando em mim. Eu não pude fazer porque não fui liberado pelo autor Carlos Lombardi da novela das 19h. Meu personagem também fazia muito sucesso na novela Perigosas Peruas. Era o Jaú, um personagem que se envolvia com a Sílvia Pfeifer, e o Carlos Lombardi não me liberou para que eu fizesse, mesmo o Roberto Talma, que foi o diretor-geral de Perigosas Peruas, e era o diretor em De Corpo e Alma no início, querendo que eu fosse para a novela das 20h", lembrou Alexandre Frota que sempre foi muito amigo de Raul Gazolla.
O ex-marido de Claudia Raia, outra que dá depoimento em Pacto Brutal e era muito próxima também de Raul, ainda fez questão de defender Gloria Perez ao afirmar que a mãe de Dani não teve responsabilidade nenhuma pela escalação de Guilherme para seu lugar e reforçou ainda que a autora não poderia adivinhar que o substituto seria o responsável por colocar fim à vida da primogênita.
"A Glória não se culpa e nem poderá ser culpada de nada, muito pelo contrário. Nem ela e nem ninguém. Foi o destino que fez com o Guilherme fosse escolhido dentro da TV Globo.Todo o processo da Gloria dentro desse assassinato é incrível, ela foi muito guerreira, muito lutadora, ela foi uma mãe coragem".