TEATRO

Depois de exibir sinônimos para o fiofó, Antonio Fagundes chega a BH

Ator protagoniza a peça 'Baixa Terapia', que entra em cartaz no Sesc Palladium

Por Paulo Henrique Silva
Publicado em 10 de novembro de 2023 | 07:00
 
 
 
normal

Imagine algo bem profano como Deus falando palavrões um atrás do outro? É mais ou menos a sensação de muitos espectadores ao verem o vídeo que Antonio Fagundes fez com o Porta dos Fundos, sobre a importância do exame de próstata, dando vários e engraçados sinônimos para... bom, o fiofó.

 

 

 

O protagonista de “Deus é Brasileiro” solta uma risada antes de falar sobre o tema, divertido com a repercussão que o vídeo ganhou durante a semana, poucos dias antes de pisar em Belo Horizonte para a apresentação, de hoje até domingo, da comédia “Baixa Terapia”, no Sesc Palladium.

“É interessante você ver como algumas coisas podem impactar as pessoas qiue têm uma imagem fixa a respeito do seu trabalho. As que me acompanham há muitos anos, em teatro, cinema e na própria televisão, já me viram fazendo coisas diferentes dessa imagem que acham que despi agora”, assinala.

“Baixa Terapia” aborda outros problemas cotidianos além dos físicos. São três casais que se encontram num consultório de terapia de casal. A psicóloga não está presente e deixa instruções para o sexteto, que passa a compartilhar queixas e revelações. “Os problemas que ela aborda são universais”, observa.

Escrito pelo argentino Matias del Federico em 2013, “Baixa Terapia” já ganhou mais de 20 adaptações, sem precisar mudar uma vírgula sequer. “Eu sinto dizer que ela continua atual e tenho impressão que isso vai continuar um tempinho se a gente não fizer nada para que as coisas se modifiquem”, analisa.

A peça está em cartaz há seis anos e, para Fagundes, esse tempo foi fundamental por torná-lo mais coeso. “A intimidade no palco possibilitou assumir com mais força as problemáticas que o espetáculo levanta. As piadas também ficaram mais fortes”, registra. E há  números que comprovam essa carga maior de comicidade.

“Fizemos uma conta outro dia: o público dá uma gargalhada a cada 30 segundos. Isso naturalmente se deve ao aprofundamento de nosso trabalho durante esses anos todos. O fato de o elenco ser o mesmo faz com que tudo isso fique mais fácil para todo mundo”, salienta o ator, que conta com um elenco bem familiar.

“Baixa Terapia” é encenada  ao lado de sua ex-mulher, Mara Carvalho, e da atual, Alexandra Martins. “A gente costuma dizer que uma peça se resolve a partir do camarim. Quando ele é bom, isso passa diretamente para o palco. O público pode não saber de onde vem aquela intimidade, mas ele percebe”.

A descoberta do  texto de Federico é fruto de uma viagem de férias de Fagundes por terras argentinas. “O que a gente nota é que o Brasil realmente está um pouquinho atrás, quando vemos todos os teatros de Buenos Aires lotados, apesar de o país enfrentar crise econômica e política. E aqui não há essa força”.

Com mais de 400 mil espectadores em 600 apresentações, a peça põe a carreira teatral de Fagundes em maior evidência. “O que eu mais fiz na minha vida foi teatro. Mas é natural que a grande maioria das pessoas se refira a mim como um ator de televisão e cinema”, sublinha Fagundes.

Serviço

"Baixa Terapia"  

Local: Grande Teatro Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046, Centro) 

Sexta-feira, às 21h, sábado, às 18h, e domingo, às 17h

Ingressos: de R$ 100 a R$ 160, a inteira. Vendas: https://abrir.link/uIs8u e bilheteria do teatro

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!