Teatro

Espetáculo que retrata relação conturbada de Hilda Hilst com o primo volta a BH

'A Obscena Senhora H', solo com Luciana Veloso, reconta episódios da premiada escritora durante a criação de um de seus mais aclamados livros, 'A Obscena Senhora D', lançado em 1982

Por O Tempo Magazine
Publicado em 26 de janeiro de 2023 | 13:26
 
 
 
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Vencedora do Prêmio Cenymde Teatro Nacional 2020 pela interpretação solo em “A Obscena Senhora H – Paixão e Obra de Hilda Hilst”, espetáculo indicado como melhor monólogo, a atriz mineira Luciana Veloso volta a Belo Horizonte para levar aos palcos a vida e a obra de uma das mais importantes e celebradas escritoras de língua portuguesa do século XX.

A peça cumpre temporada no Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes, de quinta (26) a domingo (29) – quinta a sábado, às 20h e domingo, às 19h – dentro da programação da 48ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. Os ingressos podem ser adquiridos nos postos Sinparc (Pátio Savassi e Shopping Cidade) e pelo site do evento a R$ 20 ou na bilheteria do teatro a R$ 42 (inteira).

Com criação de Luciana Veloso e Juarez Guimarães Dias, que assina a dramaturgia da montagem, “A Obscena Senhora H – Paixão e Obra de Hilda Hilst” reconta episódios biográficos da premiada escritora brasileira durante a criação de um de seus mais aclamados livros, “A Obscena Senhora D”, lançado em 1982.

Luciana encena momentos do relacionamento violento e abusivo vivenciados por Hilst com seu primo Wilson Hilst, 20 anos mais jovem, durante a gênese da obra. O encontro marca uma relação mais profunda entre a vida e a obra da escritora, em que realidade e ficção se misturam num mesmo enredo. 

“A personagem do livro, Hillé, é um autorretrato da escritora que radicaliza a relação entre a materialidade da carne e a intangibilidade do espírito. Em ‘A Obscena Senhora D’, Hilda sublima a dor, a perda e a violência em uma busca incessante e desesperada pelo divino ou pela ‘incompreensível compreensão’ do que existe entre a vida e a morte”, explica Luciana Veloso.

Segundo Juarez Guimarães Dias, diretor e dramaturgo do espetáculo, a peça aborda temas atuais e urgentes para a sociedade: “A obra de Hilda se faz atual e necessária quando traz reflexões sobre práticas machistas, violência contra a mulher e o verdadeiro sentido da vida, com personagens que questionam Deus, a vida, a morte e o corpo”.

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