François Civil, Marion Cotillard, Isabelle Huppert, Cécile de France, Adèle Haenel, Audrey Tautou, Chiara Mastroianni, Louis Garrel, Gérard Depardieu, Juliette Binoche, Catherine Deneuve, Karin Viard, Romain Duris, Jean Dujardin, Fabrice Luchini, Jérémie Renier, Vincent Cassel, Jean Reno, Sandrine Kiberlain e Omar Sy. Quem acompanha a cinematografia francesa que chega ao Brasil conhece muito bem o talento desses atores e atrizes que, mesmo integrando gerações distintas, têm como denominador comum o fato de atuarem com competência em filmes de variados perfis.
Pois bem, a partir de hoje, e por bons quatro meses, eles e outros tantos não menos dignos de atenção estarão ao alcance do cinéfilo que acessar o site do Festival Varilux em Casa, que, como os organizadores fazem questão de frisar, não entra em campo para substituir o já tradicional Festival Varilux de Cinema Francês nas salas de cinema. No comunicado à imprensa, os organizadores avisam que a expectativa é poder anunciar as novas datas para a realização desse em breve, preferencialmente, ainda em 2020.
A iniciativa de agora visa propiciar arte e/ou bom entretenimento a quem ama cinema mas, por imposição da pandemia do novo coronavírus, está em casa, em consonância com as orientações da Organização Mundial de Saúde, a OMS. "Queremos ser solidários e propor uma programação de qualidade para entreter e ajudar a passar os dias de quarentena", dizem Emmanuelle e Christian Boudier, organizadores do Festival, no material encaminhado à imprensa. São, ao todo, 50 títulos. basta acessar o link:
www.festivalvariluxemcasa.com.br e fazer um cadastro simples.
Sim, alguns desses foram exibidos em salas belo-horizontinas, em particular, as do Belas Artes e do Ponteio, hoje, claro, fechadas devido as recomendações das autoridades sanitárias. Um dos que ficaram em cartaz por aqui e que está na mostra Varilux é "Gauguin - Viagem ao Taiti", no qual Vincent Cassel interpreta o pintor em sua fase na Polinésia Francesa. Para além de uma ode ao talento nos pincéis e das cenas que desnudam a natureza exuberante da região, o filme de Edouard Deluc lança seu foco sobre a vida privada de Paul Gauguin, com ênfase em seu estilo de vida um tanto quanto desregrado e de seu apreço por mulheres mais jovens.
Entre os outros filmes que foram exibidos aqui, em BH - mas que, bem, mesmo para quem assistiu, não deixam de merecer uma nova conferida -, também está, por exemplo, "Amor à Segunda Vista", com um nome da nova geração que vem se destacando nas produções francesas: François Civil. O ator, de apenas 31 anos, é uma graça - aliás, pena que a programação não inclua o cativante "Encontros", também com ele.
A lista de filmes que passaram por aqui contempla, ainda, comédias leves, uma tendência forte na produção recente francesa. Caso de "Tal Mãe, Tal Filha", na qual a diva Juliette Binoche interpreta uma mãe serelepe que engravida simultaneamente à filha. Outro que lança foco sobre a relação mãe e filha, mas de outra forma, e que também passou na capital mineira, é "Meu Bebê", com a sempre competente Sandrine Kiberlain. Ah, sim. Há, ainda, alguns desenhos animados no mercado, como o ótimo "Um Gato em Paris", de Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli, e dois títulos que versam sobre as aventuras de Asterix.
Bem, como são 50 filmes, é possível que nem todo mundo consiga assistir a tudo - mesmo considerado que o prazo em que ficarão disponíveis é generoso. Uma dica é "ticar" os filmes que estão disponíveis em outros serviços de streaming que o espectador porventura assine. Vale também ficar de olho nos títulos que trazem Adèle Haenel no elenco - e, não, não por ela estar à frente da ala francesa do #metoo, mas pelo talento, já comprovado em vários filmes.
Também é uma chance de assistir a títulos que se enfronham na seara de questões prementes em nível global. Caso de "Filhas do Sol", de Eva Husson, que flagra o batalhão de mesmo nome, composto apenas por mulheres curdas, e que atua ofensivamente na guerra do Curdistão. Ou, ainda, "Jornada da Vida", de Philippe Godeau. No quesito diretores, François Ozon é sempre um deleite para os fãs do cinema francês, e, aqui, ele comparece com "Graças a Deus".