Premiação

Globo de Ouro premia 'Oppenheimer' e esnoba 'Barbie'; veja lista

Dirigido por Christopher Nolan, Oppenheimer levou cinco estatuetas e se consagrou como o grande vencedor desta edição

Por Agência/Folhapress
Publicado em 08 de janeiro de 2024 | 09:35
 
 
 
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Foi sem grandes emoções que o Globo de Ouro revelou os vencedores de sua 81ª edição na noite deste domingo. "Oppenheimer" e, na ala televisiva, "Succession" saíram da cerimônia como os grandes favoritos dos cerca de 300 votantes do prêmio - após uma ampliação considerável no quadro, que antes tinha apenas 90.

Nesta primeira cerimônia após a queda da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, que entregava o prêmio e que se viu em desgraça após escândalos de corrupção e compra de votos, há três anos, houve espaço reduzido para alfinetadas ao passado pouco ortodoxo.

"Aos jornalistas do Globo de Ouro, obrigado por mudarem seu jogo", disse Robert Downey Jr. ao aceitar o troféu de ator coadjuvante, por "Oppenheimer". Foi, de certa forma, também um mea-culpa, já que os astros hollywoodianos ajudaram a sustentar, por anos, as incongruências da premiação.

Mas os protestos pararam por aí, e ninguém mais tocou no assunto, alimentando um clima de festa como o dos velhos tempos, regado a álcool.
Neste ano, pela primeira vez, o Globo de Ouro foi entregue pelas produtoras Penske Media e Eldridge, que compraram os direitos sobre um dos troféus mais cobiçados do entretenimento americano, ajudando a apaziguar os ânimos, muito provavelmente.

Não houve um mea-culpa oficial, por parte de algum porta-voz ou do apresentador Jo Koy, que gerou constrangimento logo no começo da transmissão. O comediante tirou sarro do nariz de Bradley Cooper em "Maestro", do pênis de Barry Keoghan em "Saltburn" e dos seios de Margot Robbie em "Barbie", o que, pelas caras, soou bastante indelicado.

Dirigido por Christopher Nolan, "Oppenheimer" levou cinco estatuetas e se consagrou como o grande vencedor desta edição. Além de melhor filme de drama, o longa sobre a criação da bomba atômica levou ainda direção, ator, para Cillian Murphy, ator coadjuvante, para Robert Downey Jr., e ainda trilha sonora.

Entre os filmes de comédia e musicais, "Pobres Ciraturas", de Yorgos Lanthimos, levou a melhor sobre "Barbie", e sua protagonista, Emma Stone, sobre Margot Robbie, intérprete da boneca.

O longa de Greta Gerwig, por sua vez, foi eleito a melhor realização cinematográfica e de bilheteria e ficou com canção original, por "What Was I Made For?", de Billie Eilish e Finneas O'Connell.

Com o fenômeno "Barbenheimer" se repetindo e dominando, depois das bilheterias do ano passado, também o Globo de Ouro, ao lado de "Pobres Criaturas", sobrou pouco espaço para a concorrência.

Nas atuações restantes, atriz de drama foi para Lily Gladstone, por "Assassinos da Lua das Flores", e ator de comédia e atriz coadjuvante foram para Paul Giamatti e Da'Vine Joy Randolph, de "Os Rejeitados".
Recém-centenária, mas com sua festa de aniversário frustrada por bilheterias modestas e críticos pouco impressionados, a Disney não viveu uma redenção na categoria de melhor animação.

O estúdio tinha como concorrentes "Elementos", da Pixar, e "Wish: O Poder dos Desejos", feito para celebrar o momento, mas viu o Globo de Ouro ir parar com o legendário Hayao Miyazaki, por "O Menino e a Garça".

Numa agradável surpresa, a francesa Justine Triet, junto com Arthur Harari, venceu a categoria de roteiro em cima dos favoritos da edição, por "Anatomia de uma Queda", que recebeu a última Palma de Ouro em Cannes. Também levou filme estrangeiro.

Também favoritíssima desta edição, mas entre os prêmios televisivos, "Succession" foi eleita a melhor série de drama por sua quarta e última temporada. O imbróglio familiar da HBO, aclamadíssimo por crítica e público, pegou os fãs de surpresa ao encerrar seus dramas no ano passado, mas foi elogiada por manter, ao longo dos anos, seu alto nível.

Tanto que a série parecia brigar entre si em várias categorias. Em atuação, difícil escolher qual dos irmãos mimados ou dos coadjuvantes merecia ser laureado. No fim, Kieran Culkin e Sarah Snook ficaram com ator e atriz de drama, e Matthew Macfadyen, com ator coadjuvante.

E se o drama competiu entre si, ao ampliar um pouco o campo de visão foi interessante notar como a HBO, também, batalhou internamente por vários prêmios. Outro queridinho da temporada, "The Last of Us" é da mesma produtora e encerrou a noite sem Globos de Ouro.

"The Crown", outra que deu adeus no ano que passou, ficou apenas com o prêmio de atriz coadjuvante, pelo trabalho de Elizabeth Debicki como a princesa Diana às vésperas do acidente que a matou.

Nas comédias televisivas, "O Urso" confirmou seu status de queridinha com os prêmios de série de comédia ou musical, ator, para Jeremy Allen White, e atriz, para Ayo Edebiri.

Em melhor minissérie, série antológica ou filme para a TV, área na qual a HBO costuma navegar tranquila, não houve indicações para ela. Sua principal aposta no formato, no ano passado, era "The Idol", avacalhada por crítica e público depois de uma campanha de marketing ostensiva, que foi até o Festival de Cannes.

Com isso, a Netflix levou a melhor e seu "Treta" foi reconhecido como a melhor minissérie do ano que passou. Também recebeu as honrarias de melhor ator e atriz da ala, para Steven Yeun e Ali Wong.
As vitórias de ambos - ele, sul-coreano, e ela, descendente de chineses e vietnamitas - mostram um Globo de Ouro mais aberto à diversidade, após um mar de críticas nesse sentido em anos recentes e de acusações de racismo, já que seu antigo quadro de votantes não tinha negros.

A vitória de Justine Triet em roteiro cinematográfico, também, mostra um quadro de votantes mais antenado no que foge ao óbvio e dos EUA.
A eles se somam Randolph, Gladstone e Edebiri, vitórias merecidíssimas, mas que servem também para uma contenção de danos - mesmo que por mera coincidência.

Nova categoria, performance em stand-up foi para Ricky Gervais e seu "Armageddon".

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