Dois mil e vinte e dois tem sido especial para o Clube da Esquina. Em março, o disco homônimo, um dos mais importantes e influentes da música popular brasileira, completou 50 anos; em agosto, estreou o musical “Clube da Esquina – Os Sonhos Não Envelhecem”, que, passando por BH, Rio, São Paulo e Ipatinga, contou um pouco da história do álbum e do movimento que nasceu nas ruas da capital mineira. Em outubro, Milton Nascimento completou 80 anos e, no mês seguinte, se despediu dos palcos em um show inesquecível no Mineirão, marcando o encerramento de uma turnê mundial, batizada “A Última Sessão de Música”.
Na esteira das celebrações ao disco clássico, a jornalista, pesquisadora musical e biógrafa Chris Fuscaldo se juntou a Márcio Borges, letrista de várias pérolas do Clube da Esquina e irmão de Lô Borges, para festejar o cinquentenário de “Clube da Esquina”, lançado em 1972. O álbum de Milton Nascimento e Lô Borges reuniu um timaço de músicos e letristas, como Fernando Brant, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta, Robertinho Silva, o produtor Ronaldo Bastos e o próprio Márcio, responsáveis por colocar “Tudo Que Você Podia Ser”, “Um Girassol da Cor de Seu Cabelo”, “Paisagem da Janela”, “O Trem Azul”, “Clube da Esquina nº 2”, “Nada Será Como Antes”, “Cais” e outras na memória coletiva do brasileiro.
Chris e Márcio são os organizadores de “De Tudo Se Faz Canção – Os 50 anos do Clube da Esquina” (Garota FM Books, colorido, 20cm x 20cm, papel cuchê, 300 páginas, R$ 149), livro que será lançado em Belo Horizonte nesta terça-feira (20), às 19h, no Bar do Museu Clube da Esquina (rua Paraisópolis, 738 – Santa Tereza). A entrada é gratuita. A obra já teve sessões de lançamento no Rio de Janeiro e em Niterói e Visconde de Mauá.
Visando os fãs estrangeiros, o livro é bilíngue (português e inglês) e reúne depoimentos longos dos músicos envolvidos na produção – de Alaíde Costa, convidada na faixa “Me Deixa Em Paz”, a Milton e Lô –, além de textos de Márcio Borges e uma biografia do movimento que colocou Minas Gerais no mapa da música brasileira escrita por Chris Fuscaldo.
“De Tudo Se Faz Canção – Os 50 anos do Clube da Esquina” também traz um faixa a faixa escrito por jornalistas e pesquisadores musicais como Ana Maria Bahiana, Charles Gavin, Patricia Palumbo, Kamille Viola, Ricardo Schott, Renato Vieira, Leandro Souto Maior, Bento Araujo, entre outros, traz diversas imagens, desde Milton como crooner do grupo W’s Boys (que tinha Wagner Tiso na formação) até a despedida dele dos palcos.
O livro conta ainda com um prefácio e um posfácio contando como foram as comemorações em 2022, com depoimentos de atores do musical “Os Sonhos Não Envelhecem”, de Ricardo Alexandre (editor do podcast Discoteca Básica) e de Marcos Sabino, produtor do Festival Marazul, realizado em Niterói, onde o LP foi pré-produzido entre 1971 e 1972.
O livro é a primeira publicação que ajudará os fãs a entenderem o que é, afinal, o loteamento Marazul, e poderão levar para casa uma foto atual da casa onde Milton, Lô, Beto Guedes e Jacaré – primo trespontano de Bituca – moraram no início da década de 1970.
Recentemente, o disco “Clube da Esquina” foi eleito o melhor disco já lançado no Brasil, segundo ranking preparado pela equipe do podcast Discoteca Básica com base em listas enviadas por 162 críticos, artistas e pesquisadores musicais, inclusive Chris Fuscaldo.