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Análise: 'Black Mirror' inicia a quinta temporada com episódio imperdível

'Stricking Vipers', gravado em São Paulo, é um capítulo que mantém 'Black Mirror' como uma das melhores séries da atualidade

Por Etienne Jacintho
Publicado em 05 de junho de 2019 | 14:06
 
 
 
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De uns anos para cá, o espectador tem recebido uma verdadeira enxurrada de séries em streaming, TV por assinatura, canais abertos... Algumas geram um fogo de palha. Você vê, curte, mas logo depois esquece e parte para outra. Outras são como uma paixão arrebatadora, que chega e você só consegue parar de ver quando a temporada acaba. Depois, fica na ansiedade de um próximo encontro. Há ainda aquelas séries que fazem você sofrer uma transformação. Você pensa em passar o resto dos seus dias com elas, mesmo sabendo do lema “que seja eterno, enquanto dure” – e esperando que dure muitas temporadas.

“Black Mirror” é uma série transformadora e um caso de amor para quem a vê. Não tem como passar ileso por ela. Cada história traz questões éticas intrigantes e, com a tecnologia avançando a passos largos, não há como tratar a série apenas como ficção científica. O futuro de “Black Mirror” está à nossa porta. 

A Netflix disponibilizou ontem, a quinta temporada da série, que traz somente três episódios. É pouco, mas o suficiente para impactar mais uma vez o público. “Stricking Vipers”, o capítulo que abre a nova fase, é puro “Black Mirror”. Com um enredo interessante e desenvolvido com pitadas de suspense e drama, o episódio tem ainda a curiosidade de ter sido gravado em São Paulo (veja quais lugares aparecem no episódio clicando aqui). Na tela, quem conhece a capital paulista vai reconhecer muitos dos lugares mais emblemáticos da metrópole.

Logo no início, um carro nos leva pelo elevado Presidente João Goulart, o antigo elevado Costa e Silva, mais conhecido como “Minhocão”, via suspensa que atravessa boa parte da região central da cidade. O apartamento do personagem Karl (Yahya Abdul-Mateen II), um dos protagonistas, fica na avenida Paulista e, em muitas ocasiões, a via mais famosa de São Paulo é mostrada. Até mesmo a estação do metrô lá localizada é cenário para o capítulo. Os edifícios Copan e Louvre, ambos no centro de São Paulo, também ganham destaque, assim como o viaduto Santa Ifigênia, um dos mais conhecidos da capital paulista.

A paisagem familiar é só um tempero na boa história de Charlie Brooker, o criador de “Black Mirror”. Na trama, Danny (Anthony Mackie) e Karl, dois amigos que gostavam de jogar videogame juntos, se reencontram após alguns anos e decidem retomar o velho hábito, mas cada um de sua casa, usando um aparelho que permite experimentar uma realidade virtual. 

O jogo de lutas se torna uma obsessão sexual e Danny, casado, vive o dilema ético de contar ou não o fato para sua mulher, Theo (Nicole Beharie). Ao mesmo tempo, os amigos se perguntam se seriam gays, já que, no sexo virtual, o avatar de um deles é feminino. Com uma pegada “Brokeback Mountain”, o episódio é imperdível. 

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