O repertório não era inédito, mas trazia a assinatura de nomes como Paulinho da Viola, Ary Barroso e Pixinguinha. Até que o arranjador e diretor musical João Camarero apresentou três parcerias dele nunca dantes vistas, com ninguém menos do que Paulo César Pinheiro, o letrista de preciosidades como “Espelho” (com João Nogueira) e “Portela na Avenida” (com Mauro Duarte). Pronto, o disco de estreia do belo-horizontino Artur Padua não poderia ser mais certeiro.

“Ao mesmo tempo que caminha por minhas influências, o disco vem fresco, graças às novidades”, afirma Padua. O ritmo que predomina nas 13 faixas é o choro, base da formação do cantor. Quando começou a se interessar por música, o primeiro contato foi com Orlando Silva e as clássicas “Rosa” (Pixinguinha e Otávio de Souza) e “Caprichos do Destino” (Pedro Caetano e Claudionor Cruz). O baque positivo aumentou assim que o repertório de serestas entrou na vida de Padua, por meio de Silvio Caldas e Nelson Gonçalves. 

“Passei a tocar com um pessoal bem mais velho, que conhecia esse repertório de ponta-cabeça”, conclui o entrevistado.