Sexualidade

Lulu Santos defende criminalizar homofobia: 'É uma necessidade humanitária'

Cantor lança nesta sexta (24) o disco “Pra Sempre, todo dedicado a seu marido

Por Raphael Vidigal
Publicado em 23 de maio de 2019 | 17:48
 
 
 
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O “último romântico” Lulu Santos, 66, já pode mudar o epíteto que o acompanha desde 1984, quando lançou a famosa canção, para “eterno romântico”. Nesta sexta (24), ele coloca no mercado “Pra Sempre”, sucessor de “Baby Baby”, em que revisitou a obra de Rita Lee, pareando os dois maiores hitmakers do Brasil num só disco.

O novo trabalho é uma declaração de amor à lua de mel sem fim que ele tem vivido com Clebson Teixeira, 27, com quem assumiu o namoro em julho de 2018. Em abril deste ano, os dois se casaram e assinaram um termo de união estável. “O que distingue o pensamento progressista, humano e inclusivo do discurso baseado no dogma, no ódio e no preconceito é compreender que o amor é sempre o amor”, filosofa Lulu.

“Orgulho e Preconceito” e “Hoje em Dia” são duas faixas já disponibilizadas como singles que integram o novo álbum. Ambas são hinos à liberdade de amar. “Esta canção é pra você nunca mais/ Ter que sussurrar quando diz que me ama/ Pra te libertar de todo julgamento alheio/ Pra você poder dizer sem receio/ Eu te amo”, canta Lulu em “Orgulho e Preconceito”.

Homofobia. Nese momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) julga duas ações que pedem a criminalização da homofobia, à qual Lulu se diz favorável. “Mais do que um direito civil, é uma necessidade humanitária, sobretudo se você olhar as estatísticas. O Brasil é o país que mais mata LGBT’s no mundo e esse número tem aumentado, assim como o feminicídio. É um país armado, fóbico, ignorante. O que precisamos é dos antídotos para romper com isso, precisamos de educação, desarmamento, para não sermos mais recordistas em assassinatos”, apontou.

As opiniões do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a se declarar “homofóbico com orgulho” e disse que preferia “ver um filho gay morto num acidente de carro do que aparecer com um bigodudo por aí”, também foram tema da conversa com Lulu.

“Não se pode fazer nada contra outras formas de pensar, só medir o quão razoável aquilo é. Não tem discussão razoável com quem se agarra a dogmas. Precisamos lembrar que houve uma época em que a escravidão era legal nesse país, com o beneplácito do Estado e da religião. Os avanços sempre serão no sentido da liberação, mesmo que os caminhos sejam tortuosos. Não há forma de responder a essa parcela da população que tem essa visão dogmática, não existe diálogo, precisamos é de uma legislação que obrigue o cidadão a se responsabilizar pelos crimes que cometer”, finalizou Lulu.  

Veja o clipe de Lulu Santos dedicado ao marido: 

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