Cinema

'Minha Fama de Mau' reúne memórias de vida e carreira de Erasmo Carlos

'Minha Fama de Mau' estreia no dia 14 e engrossa lista de filmes sobre personalidades atuais

Por Etienne Jacintho
Publicado em 10 de fevereiro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Quando um artista é escalado para protagonizar uma cinebiografia, é inevitável não fazer imediatamente a comparação entre a personalidade retratada e o intérprete. Recentemente, Silvio Santos deu sua bênção para que Rodrigo Faro o interprete no cinema e, na próxima quinta-feira, estreia nos cinemas “Minha Fama de Mau”, filme em que Chay Suede vive o ídolo da Jovem Guarda Erasmo Carlos.

“O filme tem esse recorte das memórias de Erasmo nos anos 60 e 70”, conta o diretor Lui Farias. “Queria um ator com aparência pós-adolescente e, quando vi fotos dos dois lado a lado, achei que eles tinham uma energia parecida”, afirma. Para interpretar Wanderléa, o diretor não tinha outra atriz em mente a não ser Malu Rodrigues. Já o papel de Roberto Carlos ficou com Gabriel Leone. “Chay e Gabriel fizeram uma dupla espetacular. Achei até que eles se conheciam, mas não”, fala.

Apesar de retratar um setentão do rock, “Minha Fama de Mau” traz um forte apelo jovem não só no elenco, mas nas referências e nos gostos do próprio Erasmo Carlos lá de trás, na época em que se espelhava em Elvis Presley. Há cenas em que Chay conversa com a câmera e outras em que a narrativa ganha formas de HQs. Quando Erasmo tenta buscar seu nome artístico, a cena se conecta completamente ao universo jovem.

“Minha Fama de Mau” traz essa leveza no roteiro e na interpretação dos atores. O figurino e o cenário cheios de cores e formas colaboram para dar esse ar jovial à trama, que não se apega à fase mais depressiva da carreira do Tremendão, logo após o fim do programa “Jovem Guarda”. Lui Farias se prende à amizade de Erasmo e Roberto, às aventuras juvenis da dupla, ao mundo a que esses jovens foram apresentados quando a fama os alcançou. A trilha sonora acompanha essa jornada. “Na tentativa de retratar o temperamento do Erasmo, a música entrou como um personagem no filme”, fala Farias, completando: “Ela tem uma função narrativa”.

Mantenha o respeito

Renato Góes viveu Marcelo D2, vocalista da banda Planet Hemp, em “Legalize Já: A Amizade Nunca Morre”, de Johnny Araújo. “O D2 foi um grande parceiro antes, durante e depois das filmagens”, relata Góes. “Tive total liberdade para construir o meu Marcelo, que é também um Marcelo desconhecido do público, pois ele ainda não era o D2 pronto de agora, mas aquele que viria a se tornar esse artista. Ele virou um irmão!”, afirma.

Para o recifense, a construção de um personagem demanda do ator uma vivência. “Tenho meus métodos, que passam por tentar viver e ter experiências mais próximas possíveis da história do meu personagem”, conta Góes. Então, para respirar Marcelo D2 antes da fama, ele seguiu os passos do músico.

“Por minha conta, muito antes de começar a pré-produção do filme, eu já estava trabalhando. Criei uma banda e passei oito meses no estúdio cantando só músicas do Planet Hemp e emagreci entre oito e dez quilos”, conta o ator. “Depois, auxiliado pelo preparador Luiz Mário Vicente, fui trabalhar num camelô no Largo do Machado (Rio), morei três meses no bairro onde o Marcelo morou, frequentei a família dele e viajei com o Planet em alguns shows”, explica.

O resultado o público vê na tela, no belo filme de Johnny Araújo, que segue o início da trajetória de Marcelo, tendo como foco a amizade que nasce entre ele e Skunk (Ícaro Silva), um jovem DJ sonhador que deu o impulso para que Marcelo não desistisse da música. Skunk morreu pouco antes de o Planet Hemp estourar. Para Góes, a parte mais difícil de encarnar um personagem real foi essa imersão na música. “Teve um momento em que trocamos áudios com as minhas gravações e o próprio D2 se confundiu, achando que era ele cantando nos anos 90, e não eu”, conta o ator.

Alô, Silvio!

Depois de visitar Silvio Santos no SBT, o apresentador Rodrigo Faro, que está na RecordTV, ganhou “permissão” para viver o comunicador nos cinemas. Os roteiristas Newton Cannito (de “Magal e os Formigas”) e Anderson Almeida contarão, em flashbacks, a carreira do Homem do Baú. “Silvio Santos: O Sequestro” tem direção de Maurício Eça e está previsto para estrear nos cinemas em 12 de dezembro.

Tudo vai começar com o sequestro de Patrícia Abravanel, filha de Silvio, que ficou uma semana em cativeiro e foi solta após pagamento de resgate. Dois dias depois, o sequestrador voltou à mansão do apresentador e o manteve refém. Depois de muita conversa, Silvio conseguiu convencer o criminoso a se render. No longa, durante o tempo em que fica à mercê do sequestrador, o Homem do Baú começa a lembrar fatos de sua vida e de sua carreira.

 

Artistas, políticos e atletas nas telas

Confira outras obras baseadas nas vidas de personagens reais:

“10 Segundos para Vencer” (2018), de José Alvarenga Jr., com Daniel de Oliveira, sobre o boxeador Éder Jofre.

“Bruna Surfistinha” (2011), de Marcus Baldini, com Deborah Secco no papel da garota de programa Raquel Pacheco.

“2 Filhos de Francisco” (2005), de Breno Silveira, com Márcio Kieling e Thiago Mendonça como a dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano.

“Lula: O Filho do Brasil” (2010), de Fábio Barreto, com Rui Ricardo Diaz como o ex-presidente.

“João, o Maestro” (2016), de Mauro Lima, sobre o pianista e maestro João Carlos Martins, com Rodrigo Pandolfo e Alexandre Nero.

“Não Pare na Pista” (2014), de Daniel Augusto, com Júlio e Ravel Andrade, que vivem Paulo Coelho.

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