Pietro Ubaldi nasceu na Itália em 1886 e morreu em 1972 no Brasil, a sua segunda pátria, onde viveu por 20 anos. Ele foi um filósofo espiritualista e reencarnacionista. Seu legado, ao todo 24 livros, foi escrito através de um processo de canalização no qual uma energia de natureza espiritual, que ele chamava de "A Voz", ditava mensagens sobre a origem da humanidade e seu propósito aqui na Terra.
Seu primeiro livro "A Grande Síntese" foi escrito em 1932 e mostra o caminho evolutivo da matéria ao espírito.
O livro une o pensamento cristão a preceitos científicos e destrincha os princípios e leis que regem a criação, a evolução do ser, da matéria ao psiquismo e a construção do super-homem futuro.
Para comentar sobre o homem por trás do espiritualista, O TEMPO conversou com Maria Adelaide de Castro Ferraz, uma das debatedoras do "XI Congresso Brasileiro Pietro Ubaldi " Ciência e Evangelho", que vai acontecer em Belo Horizonte (ver agenda).
Nascida em Sansepolcro, Itália, ela é neta de Pietro Ubaldi e chegou ao Brasil em 1952. É formada em ciências econômicas e comercias e filosofia da matemática, mas atua como terapeuta floral e mestra de reiki, associando a filosofia do avô às terapias alternativas no tratamento de doentes desenganados pela medicina oficial.
É fundadora e presidente da Associação Amigos da Natureza.
O TEMPO " Quem foi Pietro Ubaldi"
Maria Adelaide Ferraz " Ele foi um homem não compreendido pela sociedade e principalmente pela Igreja Católica, pela qual tinha muito respeito. Meu avô era particularmente religioso, mas muito mais na essência do que na forma exterior.
O primeiro mandamento da Igreja Católica, amar a Deus sobre todas as coisas, foi sua diretriz por toda a vida. Antes do bem-estar material, antes de qualquer coisa, havia Deus. Todo o seu trabalho, todo o seu viver foi um contínuo doar-se aos outros.
Ele conduziu sua vida respeitando, analisando e seguindo a lei de Deus. Posso dizer que Pietro Ubaldi foi um homem de duas pátrias. A Itália, berço de seu nascimento, onde ele adquiriu vasta cultura e formou-se em direito pela Universidade de Roma, apesar de não chegar a exercer essa profissão.
Ele tinha particular facilidade para línguas - falava e escrevia fluentemente, além do italiano e português, francês, alemão e espanhol. O interessante é que quando escrevia em alemão, naturalmente acabava por usar termos arcaicos e escrever em letras góticas (possivelmente, a memória de alguma vida anterior).
Sua segunda pátria foi o Brasil, onde ele se sentiu amado e de alguma forma mais compreendido, porque o povo brasileiro é muito sensível. Convivi com ele até o seu desencarne que ocorreu quando eu tinha 27 anos.
Não só morávamos na mesma casa, mas também conversávamos bastante. Ele foi único. Não encontrei ninguém até hoje que pudesse ser compararado a ele.
Como se dava o processo de canalização das mensagens"
De forma consciente. Ele sabia muito bem o que estava escrevendo, entendia o que a sua intuição superior recebia e procurava transcrever de uma maneira que os outros entendessem.
Ele não assumia uma atitude passiva de mero receptador, sem saber o que estava acontecendo. Sua consciência se expandia e ele se tornava responsável pelo que dizia.
Sobre "A Voz", entidade que ditou suas obras, ele mesmo sentenciou em uma mensagem de Natal em 1931: "Não perguntamos seu nome, não procures individuar-me. Não poderia, ninguém o poderia; não tentes uma inútil hipótese. Sabes que sou sempre o mesmo".
O seu processo era mediúnico, mas não da maneira entendida corriqueiramente. Pietro Ubaldi estava em um nível evolutivo à frente do nosso e a sua frequência vibratória era totalmente diferente. O que chamamos de mediúnico e paranormal para ele era normalidade.
A sua energia era de pureza de espírito, retidão, honestidade, amor e responsabilidade. Ele sabia que tinha vindo para cumprir um trabalho determinado e dedicou sua vida para cumpri-lo, tanto é que ele, no livro "Profecias" ele anuncia seu desencarne com precisão.
Para ele o objetivo máximo para o qual vivemos é evoluir e a vida é a escola pela qual devemos passar para tanto. Em "A Grande Síntese", no capítulo 19 ele diz: "Todas as formas de vida são irmãs da vossa e lutam por subir para a mesma meta espiritual que é o objetivo da vida humana". Para ele, através da evolução retornamos a Deus.
Qual é o seu principal legado"
A centelha divina presente em tudo. Pietro Ubaldi explica todo esse processo evolutivo que ocorre no cosmo, partindo do princípio que houve uma cisão das criaturas no sistema.
Aquilo que costumeiramente chamamos de criação, não é a primeira criação de Deus, mas uma consequência depois que ocorreu a queda. Certamente todos e tudo têm a possibilidade de evoluir e de se reintegrar ao sistema. Todos têm a semente do bem e do amor dentro de si.
AGENDA " O XI Congresso Brasileiro Pietro Ubaldi - Ciência e Evangelho - vai acontecer nos dias 11 e 12 próximos, no Cefet, avenida Amazonas 5253, Nova Suíça. Informações: 3461-2806