Música

Marcelo Veronez mostra em BH seu primeiro show depois da pandemia

Misturando rock, MPB e cabaré, 'Como Se Não Tivesse Acontecido Nada' chega nesta quinta-feira (5) ao palco do Teatro Sesiminas

Por Alex Ferreira
Publicado em 04 de maio de 2022 | 15:52
 
 
 
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"O que eu quero é comunicar ideias, conversar com as pessoas, colocar temas em discussão". É assim que o cantor e ator Marcelo Veronez enxerga o papel da música – como uma plataforma de debate. Pois esse mesmo espírito de troca de opiniões impulsiona o show “Como Se Não Tivesse Acontecido Nada”, que o artista apresenta nesta quinta-feira (5), às 21h, no palco do Teatro Sesiminas, no bairro Santa Efigênia.

Com o título inspirado numa canção homônima lançada pela cantora Maria Alcina em 1973, o espetáculo é definido pelo cantor com um “show-discurso” exatamente por manter viva a veia crítica e irônica que é tão característica na carreira do intérprete – considerado pela crtica e público como um dos nomes promissores da nova safra musical mineira.

Veronez conta que a concepção da apresentação nasceu a partir de um convite feito a ele pelo Galpão Cine Horto em 2019, ano em que o grupo comemorava o aniversário de duas décadas do festival Cenas Curtas.

"Pensei que um show para festejar os 20 anos desse icônico evento tinha que ter algo mais teatral. Então decidi chamar o Pedro Fonseca e Yuri Vellasco, (respectivamente o baixista e o baterista da banda de Veronez, e também os diretores musicais do show), para pensarmos em algo. A ideia era partir da construção de uma dramaturgia através de letras e arranjos de músicas que representassem um momento único na história", revela o cantor.

Porém, por causa da pandemia, o projeto precisou ser interrompido em 2020, e esse hiato acabou dando outra dimensão ao espetáculo. "[Todo esse tempo fora dos palcos] acabou trazendo um foco novo para mim, e eu acabei me aprofundando na linguagem que queria para esse trabalho. Foi somente agora que conseguimos chegar a um lugar interessante para chamar de estreia", relembra Veronez.

Conhecido por se orgulhar de suas origens interioranas e de sua afinidade com BH, o cantor celebra poder estar de volta aos palcos justamente na capital mineira.

"Esse show fala bem dessa minha relação com minhas origens do interior e também da minha ligação com BH. Ele mostra essa criança que sai da roça e vai se transformando em artista na cidade, no meio da poluição e do asfalto. Acho curioso o fato desse desenvolvimento sensível para as artes acontecer nesse contexto urbano mais que no contexto rural da primeira infância", reflete.

Repertório eclético

Misturando uma verdadeira amálgama de estilos musicais e poesia – que vão desde o cancioneiro de Milton Nascimento, passando pelo rock e a MPB de Jards Macalé e Caetano Veloso, até as canções de cabaré de Bertold Brecht e Kurt Weill – o repertório foi montado para contar um pouco da relação de Veronez tanto com o meio urbano quanto o rural através dos sons e textos de cada música escolhida.

"Partimos de uma história, essa saga roça/cidade e também da ideia de falar dos absurdos diários que nos atropelam, sobretudo dos muitos discursos que se repetem ao longo das décadas", relata ele. "Por isso optamos por um setlist mais setentista, para termos essa base de comparação. As músicas foram chegando exatamente porque falavam desses temas. Não pensamos necessariamente nos autores para escolhê-las; as músicas iam cabendo, fazendo sentido, se colando umas às outras dentro da dramaturgia e formando blocos", completa.

No palco, Marcelo Veronez se junta aos músicos Davi Fonseca (piano), Pedro Fonseca (baixo), Yuri Vellasco (bateria), Sarah Assis (acordeom), Letícia Leal (viola caipira) e Carô Rennó (voz). Juntos eles interpretam obras de artistas como Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Roberto e Erasmo, Marku Ribas, João Bosco, Aldir Blanc, Chico Buarque, além de Maria Alcina, Cida Moreira, Maria Alice Vergueiro e Zezé Motta.

A lista inclui ainda o tema “Hora de Partir”, single inédito escrito pela mineira compositora mineira Milena Torres, parceira do cantor.

Veronez confessa que poder mostrar o show na cidade que o adotou tem um sabor especial. 

"Belo Horizonte é o lugar que escolhi para viver. Minha família não mora aqui, tive que criar laços com a cidade e com as pessoas do ponto zero e depois de 15 anos vivendo aqui, me sinto muito bem com essa escolha", frisa ele, antes de concluir: "Sou muito agradecido pelo carinho que recebo e pelo cuidado com meu trabalho, por parte de público, imprensa, amigos. Cantar em Belo Horizonte é abraçar e ser abraçado, fico muito feliz por poder me apresentar aqui", resume.

Serviço

O quê: Show “Como Se Não Tivesse Acontecido Nada”, de Marcelo Veronez

Quando: Nesta quinta (5), às 21h

Onde: No Teatro Sesiminas (rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia)

Quanto: Ingressos custam entre R$ 15 e R$ 30 e estão à venda pela plataforma Sympla

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