Homenagem

Mobilização artística 'sem precedentes' para os 50 anos da morte de Picasso

Ao redor do mundo, 42 exposições irão marcar o aniversário de 50 anos da morte de Picasso

Por Agências
Publicado em 12 de setembro de 2022 | 16:35
 
 
 
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Do Museu do Prado ao Centro Pompidou, passando pelo Met de Nova York, 42 exposições em todo o mundo marcam o aniversário de 50 anos da morte de Picasso, uma "mobilização sem precedentes" ao pintor espanhol, o "artista mais famoso da arte moderna", segundo Madri e Paris.

Preparado em conjunto pela França e Espanha por 18 meses, o "Ano Picasso" mobilizará "38 instituições de grande importância na Europa e Estados Unidos", detalhou nesta segunda-feira o ministro espanhol de Cultura, Miquel Iceta, em ato de apresentação no Museu Rainha Sofia de Madri.

Estas exposições vão "mostrar todas as faces" do artista espanhol, nascido em Málaga (sul da Espanha) em 1881 e que morreu em Mougins (sudeste da França) em 1973, acompanhadas em paralelo por uma série de "colóquios" e "debates" sobre o pintor e sua obra, acrescentou sua homóloga francesa, Rima Abdul Malak.

As celebrações vão começar em 23 de setembro na Fundação Mapfre, em Madri, com a exposição "Pablo Picasso e a desmaterialização da escultura" e vão até abril de 2024, quando termina a retrospectiva "A Paris dos Modernos (1905-1925)", que será exibida no Petit Palais da capital francesa.

Os eventos em homenagem ao pintor espanhol - a quem a ministra francesa descreveu como "o artista mais célebre e emblemático da arte moderna" - serão realizados principalmente na Espanha, França e Estados Unidos, com atividades também na Alemanha, Suíça, Romênia e Bélgica.

Entre as instituições participantes estão o Metropolitan Museum of Art de Nueva York ("Met"), o Museu do Prado em Madri, o Guggenheim de Bilbao, Centro Pompidou de Paris e os museus Picasso de Barcelona e Paris.

"Excessos" e "contradições"

As exposições vão servir para ressaltar "o imenso legado deixado" por Picasso, cuja obra "continua sendo referência absoluta para artistas de todo o mundo", afirmou o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em uma cerimônia no Museu Rainha Sofia, na noite de segunda-feira.

Uma mensagem que já tinha sido evocada pelo ministro Iceta, quando falou da "vigência" da obra de Picasso, em frente ao quadro da Guernica, um dos mais famosos do mundo, obra do pintor malaguenho em 1937.

Esta tela, que imortalizou o massacre ocorrido na cidade de Guernica - bombardeada em abril de 1937 pela aviação nazista, em apoio ao general Franco durante a Guerra Civil espanhola (1936-1939) - é "um manifesto pela paz", avaliou Rima Abdul Malak.

A obra "adquire uma conotação especial" em um momento em que "a guerra faz estragos às portas da Europa e estamos junto do povo ucraniano", insistiu a ministra francesa, em alusão à invasão russa da Ucrânia.

Além de suas referências políticas e históricas, as retrospectivas organizadas dentro do "ano Picasso" também vão retratar os "excessos" e "contradições" do artista, segundo seus organizadores.

A figura de Picasso foi afetada há alguns anos por acusações de misoginia e violência contra suas parceiras, reveladas à luz do movimento #MeToo.

O artista foi acusado pela jornalista Sophie Chauveau em sua obra "Picasso, o Minotauro" de ser um homem "ciumento", "perverso" e "destrutivo".

"É importante que o público conheça melhor Picasso e conheça também a parte da violência que havia nele. Não é algo que deva ser escondido", reconheceu Rima Abdul Malak, que julgou necessário no entanto "não reduzir toda a obra de Picasso" a esse tema. 

A relação do artista com as mulheres será abordada em uma oposição prevista no Brooklyn Museum de Nova York no verão de 2023. (AFP)

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