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Mostra traz 50 filmes infantis de diversas nacionalidades para o CCBB BH

Evento é opção para crianças e adultos no mês do tradicional recesso escolar

Por Alex Bessas
Publicado em 04 de janeiro de 2024 | 07:00
 
 
 
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Para ampliar o leque de atrações que miram as crianças no mês das tradicionais férias escolares, o Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH) recebe, pela primeira vez, a partir desta quinta-feira (4), a 2ª edição da mostra Um Giro pelo Mundo – Navegando no Cinema Infantil, que reúne 50 filmes de oito diferentes nacionalidades, tendo como eixo central o tema da tolerância. A programação do evento se estende até 4 de fevereiro e inclui oficinas, espetáculos, contação de histórias e atividades sustentáveis, além das sessões de cinema, que serão realizadas de quinta a domingo, das 14h às 17h30, apresentando ao público produções audiovisuais suíças, espanholas, francesas, germânicas, australianas, italianas, argentinas e brasileiras.

“Esta é a nossa segunda edição – a primeira ocorreu entre 2021 e 2022, e foi muito bem-sucedida já em sua estreia –, mas, em Belo Horizonte, será a nossa primeira vez, um feito que me deixa muito feliz”, situa Carina Bini, curadora da mostra. Para ela, o sucesso da empreitada está ligado ao seu principal diferencial: trazer filmes de diversos países, algo raro em se tratando de uma mostra com foco na infância. “Esse trabalho de curadoria que fizemos permite ao público um passeio por diferentes países, tendo contato com as particularidades de cada cultura, com diversas formas de se contar uma história”, examina, emendando perceber uma grande alegria tanto das crianças como dos pais ao travar contato com um tipo de cinema diferente daquele que estamos habituados a assistir. 

“Geralmente, o que chega para nós, sobretudo quando falamos de filmes para crianças, são as produções comerciais dos Estados Unidos. Daí, essa iniciativa de ampliar esse horizonte, trazendo filmes feitos em diferentes lugares do globo, agrada muito”, menciona ela, que já teve provas desse interesse em outubro do ano passado, quando, integrando a programação da Semana da Criança, a mostra foi exibida na unidade do CCBB de Brasília.

Para construir esse mosaico, Carina precisou se desdobrar em um esforço de pesquisa e construção de pontes. “Eu levei cerca de cinco meses fazendo essa pesquisa de filmes e contei com apoio, aqui em Brasília, de embaixadas de países que estão representadas na mostra – a do governo francês, por exemplo, permitiu acesso à cinemateca francesa, enquanto a do governo argentino ofereceu produções do catálogo da TV pública de lá que tem foco na infância”, menciona. 

Curiosamente, a escolha do tema que norteia e confere unidade à mostra se deu durante o processo de pesquisa, não sendo anterior a ele. “Cheguei a esse tema porque notei que muitos dos filmes que eu estava assistindo traziam essa perspectiva, que é muito relevante. Falar de tolerância com o diferente desde a infância é uma forma de criar adultos mais abertos para as diversas formas de cultura, para as diversas formas de existência. E é interessante que esse tema vai aparecer de maneiras muito distintas em cada produção”, reflete, citando o premiado curta paraense “Napo”, que aborda essa questão ao falar da relação de uma criança com o avô, com Alzheimer – “uma realidade cada vez mais presente em nossa sociedade” –, o musical espanhol “Valentina”, sobre uma garota com síndrome de Down que sonha em ser trapezista, e o filme alemão “Hurricane, Livre como o Vento”, dirigido por Lea Schmidbauer, que dialoga com os cuidados com os animais.

Além da temática da tolerância, Carina observa haver mais um elemento comum a boa parte das produções selecionadas: “Olhando para esse mosaico, noto que ele também retrata um feminino empoderado, com muitos filmes protagonizados por meninas”, pontua.

Em relação à linguagem do cinema, a realizadora detalha ter investido em um diverso caleidoscópio de estilos e formatos. “Tem ficção, documentário, programa para a TV…”, enumera, garantindo que essas escolhas trazem fluidez à mostra e atendem a uma demanda específica do público-alvo do projeto. “Bom, eu precisava considerar que, para uma criança menor, assistir a um longa-metragem em uma sala de cinema pode ser difícil. Então, pensando nisso, apostar em diferentes formatos seria também algo estratégico. E, nesse sentido, notamos que tivemos sucesso, com pais voltando e, muitas vezes, trazendo mais crianças”, avalia.

Expectativa 

Na véspera da estreia da mostra, Carina Bini convive com a expectativa de atingir a um amplo público e torce pela adesão dos pais nesse mês de férias. “Sem dúvida, é uma boa pedida para aqueles que buscam um programa cultural para fazer com seus filhos nesse mês de recesso escolar”, indica, convicta de que o Giro Pelo Mundo vai agradar o público belo-horizontino.

Aliás, prova de que a programação encanta e inspira se percebe diante das reverberações da mostra em sua realizadora. Carina identifica que o interesse pela produção infantil nasceu para ela com a experiência da maternidade. “Essa minha relação com crianças vem dos meus filhos – hoje com mais de 20 anos. Eu me dediquei muito à criação deles. Pesquisava filmes para assistirmos juntos, livros para ler para eles. Assim, fui ganhando intimidade com essa produção lúdica. Tanto que, em 2010, publiquei um livro infantil. E, agora, diante de todo esse processo, estou começando a ter vontade de fazer filmes para esse público”, admite.

Acessibilidade e gratuidade. Vale destacar ainda que a mostra também se preocupa com a acessibilidade, oferecendo sessões com interpretação em Libras (direto na tela) ou Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE). A classificação é livre para todos os filmes, que serão exibidos gratuitamente. Ingressos podem ser retirados antecipadamente no site ccbb.com.br/bh.

SERVIÇO:
O quê.
2ª mostra Um Giro pelo Mundo – Navegando no Cinema Infantil
Quando. A partir desta quinta-feira (4). Até 4 de fevereiro. De quinta a domingo. Sessões às 14h e às 17h30. Outras atividades às 16h, aos sábados e domingos.
Onde. Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte - CCBB BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários).
Quanto. Gratuito. Acesso mediante retirada antecipada de ingresso no site ccbb.com.br/bh.

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