Teatro

Osmar Prado defende a criatividade do ator e critica ‘burocratas’

Veterano de 76 anos relembrou as seis décadas de carreira e garantiu que ainda fica nervoso antes de uma estreia

Por Raphael Vidigal Aroeira
Publicado em 12 de janeiro de 2024 | 06:30
 
 
 
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Se há uma característica que Osmar Prado conserva é a indignação. Diante de tragédias como a guerra entre Israel e Hamas travada no território da Palestina, ele não economiza nas palavras, uma das armas de que dispõe como artista e cidadão.

“Como podemos, em pleno século XXI, assistir a esse abominável comportamento militar em Gaza, de um país que bombardeia hospitais”, protesta, e estende sua solidariedade ao padre Júlio Lancellotti, na mira de uma CPI da Assembleia Legislativa de São Paulo por, supostamente, se beneficiar da miséria alheia com medidas assistencialistas aos mais desfavorecidos. 

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Adepto de “um papel social contundente”, ele garante que “o teatro é vivo” e, a despeito da experiência acumulada em 60 anos de carreira, “se não estivesse nervoso” às vésperas de sua mais nova peça, Osmar “estaria morto”. “Toda estreia é sofrida, isso te leva a uma concentração. É uma elaboração contínua e infinita, até o último dia de espetáculo vou continuar descobrindo a personagem dialeticamente. Mesmo na televisão, que fixa a imagem, as personagens sofrem transformações”, destaca.

Cinema, teatro e televisão 

Com um currículo invejável que agrega atuações em “Um Bonde Chamado Desejo”, “O Grande Mentecapto” e “Sangue do Meu Sangue”, compreendendo teatro, cinema e televisão, Osmar defende a criatividade do ator.

“Existem aqueles que são burocráticos, mas, aí, não são mais atores, cumprem uma função. O homem de arte é, por essência, um criador, e, sendo assim, nunca está satisfeito com o que conseguiu”, observa ele, que estava longe dos palcos desde 2015, quando protagonizou, com Susana Vieira, Marcos Oliveira e Edwin Luisi, “Barbaridade”, comédia musical com argumento de Ziraldo, Zuenir Ventura e Luis Fernando Veríssimo.

Por ora, os planos do ator são de se entregar de corpo e alma ao instante, como pressupõe o ofício. “A peça exige um estado atlético e um poder vocal que me consomem. Não pretendo voltar à TV enquanto estiver em cartaz”, arremata ele, que apresenta neste final de semana “O Veneno do Teatro” em BH. 

Serviço.

O quê. Peça “O Veneno do Teatro”, com Osmar Prado

Quando. Neste sábado (13), às 21h; e domingo (14), às 19h

Onde. Cine Theatro Brasil (av. Amazonas, 315, Centro)

Quanto. De R$35 (vale-cultura) a R$80 (inteira), na bilheteria do teatro ou pelo site www.eventim.com.br 

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