Reabertura

Palácio das Artes retoma as atividades presenciais com espetáculo e exposição

Além do centro cultural, outros espaços administrados pela Fundação Clóvis Salgado voltam a receber público, seguindo protocolo de segurança

Por Renato Lombardi
Publicado em 07 de julho de 2021 | 03:00
 
 

Presidente da Fundação Clóvis Salgado (FCS), Eliane Parreiras afirma que este é um momento de muita felicidade para ela, para os colaboradores da instituição e também para a nossa arte. Afinal, o Palácio das Artes, centro cultural que se tornou um dos símbolos de Minas Gerais, e a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais, reabrem as portas nesta semana e iniciam a retomada gradual das atividades presenciais. Isso só foi possível após decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que permite o funcionamento de espaços como casas de shows, teatros e galerias na cidade, desde que respeitados os protocolos de segurança estabelecidos para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

Segundo ela, a expectativa para esse encontro com o público é muito grande. “A gente nunca parou, nunca interrompeu essa conexão com as pessoas, que vinha acontecendo especialmente por meio do Palácio em sua Companhia (na internet), que tem uma série de vídeos inéditos, de registros que foram exibidos e de conteúdos em formatos novos para a fundação, como podcasts”, pontuou Eliane, citando a produção e a programação virtual e gratuita oferecida pela FCS desde o início da crise sanitária. “Mas isso não substitui a importância da fruição presencial, do encontro com o público, da experiência de estar em um espaço cultural”, observou ela.

A reabertura dos equipamentos culturais da fundação para o público em geral começa, efetivamente, nesta qarta-feira (7), com o espetáculo “... Incomoda, Incomoda, Incomoda...”, que celebra os 35 anos do Curso Técnico em Teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) - o espetáculo é encenado por alunos do curso e poderá ser visto no Grande Teatro do Palácio das Artes. Nesta quinta-feira (8), começa o 4º Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte (FIF-BH), que traz a exposição Imagens Resolutivas que ocupa as galerias do Palácio e também a CâmeraSete. Todos os eventos serão gratuitos. O Cine Humberto Mauro também retomará, no próximo dia 16, as atividades presenciais. Confira a programação completa, que é gratuita, aqui

“Tudo isso acontece com muita consciência da responsabilidade que implica, não só da gente em relação ao público, mas também em relação aos funcionários, das equipes técnicas, dos artistas… É tudo preparado com muito cuidado para que a gente tenha essa sensação de segurança e de conforto”, assegurou Eliana. A presidente da Fundação Clóvis Salgado contou que todos os detalhes para preparar essa retomada foram discutidos em reuniões, capacitação dos colaboradores e instalação de equipamentos que visam o cumprimento dos protocolos de segurança. “Tudo para que a gente possa ter uma reabertura gradativa, com muita responsabilidade, mas carregada de muita emoção por causa desse reencontro”, explicou.

Cinco décadas de história
A retomada das atividades presenciais tem um sabor especial por causa do cinquentenário do Palácio das Artes, comemorado em 2021. “Neste momento nós temos 50 anos do Palácio, são cinco décadas de uma história de muita festividade e afetividade com o público mineiro. São muitas pessoas que passam na porta dele e perguntam o dia que ele vai abrir, mandam e-mail… Todo mundo com esse desejo de estar de novo dentro dos espaços”, disse Eliane Parreiras. 

No palco do Grande Teatro
Diretora do espetáculo “... Incomoda, Incomoda, Incomoda...”, a atriz Rita Clemente contou que não havia momento melhor para a estreia da produção. “O Palácio das Artes completa 50 anos, o Cefart faz 35 e eu, 30 de carreira”, disse a artista mineira. 

O espetáculo, que marca a formação dos alunos do Cefart, fica em cartaz de hoje até o próximo domingo, dia 11. Em cena, Rita dirige 11 atores na história que aborda a relação dos humanos com outros animais. Convidada para participar do projeto, a artista mineira comenta sobre a volta das atividades presenciais: “É muito especial para todos nós. Esperamos que as pessoas venham testemunhar esse momento”.

“É uma honra imensa para o Cefart fazer parte desse momento, que é de muita gratidão para todos nós da Fundação Clóvis Salgado”, disse a diretora do Cefart, Marta Guerra, frisando que todo o trabalho tem sido executado pensando na segurança dos profissionais envolvidos e também no público.

Festival Internacional de Fotografia
O 4º Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte (FIF-BH), que começou no formato virtual no ano passado, ganha versão presencial que será aberta ao público nesta quinta-feira (8). O evento, que traz a exposição Imagens Resolutivas, ocupa três galerias do Palácio das Artes (Galeria Genesco Murta, Galeria Arlinda Corrêa Lima e Galeria Aberta Amilcar de Castro), além da fachada, e a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais. 

De acordo com Bruno Vilela, que assina a curadoria do FIF-BH com Guilherme Cunha, a exposição estava pronta há alguns meses, mas ficou fechada por causa da pandemia. “Estávamos doidos para abri-la. Mas a nossa preocupação era com as pessoas e a segurança delas. Agora que os índices estão melhorando isso será possível”, comemorou.

“São 43 artistas selecionados, entre fotógrafos, artistas visuais e videomakers. São, ao todo, 39 obras, pois alguns deles foram realizados em dupla”, contou Vilela. Segundo ele, a exposição Imagens Resolutivas apresenta debates locais e também universais, como a questão indígena e a poluição, e também proposições para solução de problemas ligados a esses temas. 

Cine Humberto Mauro
No próximo dia 16, será a vez do Cine Humberto Mauro reabrir as portas para que o público possa acompanhar os filmes sentados na poltrona do espaço. “Estamos muito animados com a possibilidade de fazer uma abertura segura”, frisou o gerente do cinema, Bruno Hilário.

O espaço estava fechado desde o início da pandemia e, segundo o gerente, nesse período, a equipe já se preparava para essa retomada e a sala foi adaptada, seguindo os protocolos de segurança, como o distanciamento entre as cadeiras e a diminuição da capacidade para 25%. 

“Antes da pandemia, estávamos com a mostra Joaw Crawford, que foi interrompida. Agora voltamos com essa programação”, contou Bruno Hilário, afirmando que o Cine Humberto Mauro também continuará com a plataforma virtual, lançada no ano passado. 
“Criamos uma plataforma própria, e isso foi muito inovador no Brasil. Vamos dar continuidade a isso. Mas agora temos o desafio de fazer o presencial ecoar no virtual, e vice-versa”, pontuou o gerente.
                 
Protocolos
A Fundação Clóvis Salgado informou que, para evitar aglomerações, os equipamentos culturais contarão com sinalização nas áreas externas e internas.  No caso do teatro, as cadeiras possuem lacre, indicando os assentos permitidos para manter o distanciamento entre as pessoas. O uso de máscaras – tanto para visitantes quanto funcionários – será obrigatório. Todos os ambientes serão higienizados diariamente antes da abertura ao público.

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