Histórico

Paul McCartney se despede de Minas Gerais com show espetacular na Arena MRV

Britânico se despediu de BH com show impactante em termos de música e de efeitos visuais

Por Alex Bessas
Publicado em 05 de dezembro de 2023 | 06:30
 
 
 
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O eterno Beatle Paul McCartney realizou na noite de ontem o último show da turnê “Got Back” em Belo Horizonte, na Arena MRV, que deve marcar a sua despedida dos palcos de Minas Gerais.

O espetáculo, como de costume, foi uma verdadeira celebração da obra e da trajetória do artista de 81 anos, que apresentou um repertório que abrangeu diversas fases de sua longeva carreira, enquanto mostrava virtuosidade como cantor, instrumentista e showman, esbanjando desenvoltura e humor em suas interações com outros integrantes de sua banda e com o público – inclusive com textos em português e “mineirês”.

Assim como no primeiro show, realizado no domingo (3), quando o astro atraiu um público de cerca de 42 mil pessoas para a Arena MRV, a tal pontualidade britânica foi mandada às favas, mas sem causar prejuízos à performance do músico. Desta vez, contudo, o atraso foi menor, de 20 minutos. Aliás, até a espera foi menos angustiante, pois um DJ apresentou um setlist com músicas do artista, o que ajudou a diminuir a ansiedade geral dos fãs.

Por outro lado, diferentemente do roteiro da noite anterior, o setlist veio com algumas alterações – melhor para quem teve a oportunidade de ir nas duas apresentações. Se no primeiro espetáculo Paul abriu os trabalhos com “Can’t Buy Me Love”, ontem foi com “Hard Days Night” que ele levou o público ao delírio. “I Saw Her Standing There”, outro hit dos primórdios dos Beatles também foi novidade. 

E foi assim que, logo nos primeiros acordes, Paul McCartney voltou a animar e emocionar o público belo-horizontino, um dos mais beatlemaníacos do planeta. Prova disso está no fato de a cidade realizar o evento que se tornou o segundo maior festival cover dedicado exclusivamente aos Reis do Iê-iê-iê do mundo, o BH Beatle Week.

Diante, portanto, de uma plateia apaixonada que, encerrando a passagem da turnê em BH, Paul conduziu a multidão por uma seleção musical diversa, passeando por canções do quarteto de Liverpool, pelas da carreira solo e por outras do Wings, banda que ele montou nos anos 1970. 

Vale registrar, ainda, que o artista provou, mais uma vez, que tem boas relações com São Pedro, que, no Brasil, é considerado popularmente uma espécie de “senhor do tempo”. Afinal, apesar das previsões, nenhuma gota de chuva caiu do céu durante as quase três horas de espetáculo. Detalhe que esta não é a primeira vez que Paul dá mostras de boa sorte em relação ao clima: em sua primeira passagem pelo Brasil, em 1990, o Beatle garantiu que não choveria no Maracanã e, contrariando os metereologistas, ele acertou.

 

Produção imponente

Ao lado de Paul “Wix” Wickens, nos teclados, Brian Ray, no baixo e guitarra, Rusty Anderson, na guitarra e o carismático Abe Laboriel Jr., na bateria, Paul McCartney realizou um espetáculo imponente e consistente em Belo Horizonte.

Com uma produção grandiosa, o show impressiona em diversos momentos, não só musicalmente, mas também ao usar e abusar de efeitos visuais, como em “Blackbird”, do disco “The Beatles” (1968), que ele interpreta sozinho sobre uma plataforma que se eleva, hipnotizando uma plateia de cerca de 40 mil pessoas.

Os jogos de luzes, lasers e projeções também são destaque, trazendo imagens históricas e ambientando a apresentação. Por exemplo, nas músicas do disco “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967), a psicodelia dá o tom. Em outros momentos, quando os Beatles são lembrados, imagens históricas do quarteto vão surgindo. 

Em “Live and Let Die” um show de pirotecnia, com direito a labaredas de fogo e fogos de artifício, incendeia os ânimos da multidão. Já no caso de alguns dos grandes sucessos do quarteto de Liverpool, como “Hey Jude”, “Let It Be”, “Love Me Do” e “Obla Di Obla Da”, o coro da multidão impressiona, animando inclusive os músicos no palco. Em “I’ve Got a Feeling”, gravações de John Lennon são exibidas, de forma que ele e Paul realizam um dueto digital.

Para além dos efeitos visuais, gestos mais modestos do músico também arrancaram aplausos dos presentes. Caso, por exemplo, do momento em que ele e outros músicos da banda retornam ao palco empunhando bandeiras do Brasil, da Inglaterra e do movimento LGBTQIA+.

Enfim, já que o britânico se esforça para se comunicar com sua audiência em português, esta reportagem pede licença aos leitores para se dirigir ao artista em sua língua mãe, externando a ele o desejo de que volte sempre: Paul, plis, check back often. Afinal, nunca será demais tê-lo por perto.

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