Inigualável

Picasso: 50 anos após sua morte, artista espanhol ainda atrai multidões

Artista continua a fascinar o público e a vender obras de arte a preços milionários, apesar de polêmica envolvendo sua relação com as mulheres

Por Agência
Publicado em 08 de abril de 2023 | 16:23
 
 
 
normal

Meio século depois de sua morte, Pablo Picasso (1881-1973) continua a fascinar o público e a vender obras de arte a preços milionários, apesar da polêmica que envolve a sua relação com as mulheres. 

"O poder devastador da obra de Picasso, sua invenção permanente, a forma como atravessou todas as grandes correntes da modernidade, a experimentação por mais de 80 anos, seu desejo de atrair e provocar... tudo isso é inigualável", resume Bernard Blistène, ex-diretor do Centro Pompidou em Paris. 

Picasso morreu em 8 de abril de 1973 em Mougins, na Riviera Francesa, aos 91 anos.

À data da sua morte, o primeiro catálogo de obras, concluído em 1978, continha nada menos que 33 volumes e mais de 16.000 imagens. Mas o número real de obras, desde pinturas a esculturas, passando por gravuras e cerâmicas, pode ser muito superior. 

Picasso continua sendo um artista que vende muito, e caro.

O número 1

Em 2021, foi o número um no mercado de arte, com quase 3.500 lotes vendidos por 671 milhões de dólares (cerca de 3,74 bilhões de reais em valores da época), enquanto no ano passado caiu para "apenas" 494 milhões de dólares (2,57 bilhões de reais em valores da época), segundo o último relatório anual sobre o mercado da empresa francesa Artprice. 

Museus de todo o mundo, em particular na França e Espanha, agendaram cerca de 50 exposições sobre o artista nascido em Málaga. 

O Museu Picasso de Barcelona registrou quase 120 mil visitantes em sua mais recente exposição, sobre a relação entre Picasso e o galerista Daniel-Henry Kahnweiler, e a atual grande retrospectiva sobre o artista no museu parisiense, organizada sob a direção artística do designer britânico Paul Smith , também está tendo grande sucesso. 

Passam-se os anos, mas o público não se cansa, admite o diretor do Museu Picasso de Barcelona, Emmanuel Guigon.

"Fico fascinado com a quantidade de curadores de museus, historiadores e pesquisadores que continuam encontrando enfoques de estudo com uma curiosidade insaciável", acrescenta Olivier Widmaier-Picasso, neto do artista. 

Os especialistas nem temem a polêmica desencadeada pelo movimento "#Metoo" sobre a conturbada relação do artista com as mulheres que conquistou, que o inspiraram ou que abandonou. 

"Devemos parar de falar das mulheres que passaram por sua vida como se fossem 'musas', algumas se suicidaram, outras enlouqueceram. A única que saiu bem foi Françoise Gilot, a única que o abandonou", explica Emilie Bouvard, ex-curadora do Museu Picasso de Paris.

A relação de Picasso com as mulheres, que gerou fortes debates na França no ano passado, será tema de uma exposição no Brooklyn Museum, em Nova York, a partir deste verão.

São Paulo vai receber, entre 9 de março e 18 de junho,  exposição imersiva "Imagine Picasso". A exposição acontece no MorumbiShopping, localizado na zona Sul da capital paulista.

Filha do pintor espanhol Pablo Picasso especialista na obra do pai, Maya morreu aos 87 anos, dezembro de 2022.

 

 (AFP)

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!