MÚSICA

'Projeto Palco Hip Hop' destaca protagonismo feminino no gênero

Programa musical será realizado neste sábado e domingo, com shows, debates e oficinas

Por Jéssica Malta
Publicado em 16 de fevereiro de 2024 | 17:48
 
 
 
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O protagonismo feminino na história do hip hop – que contabiliza quatro décadas no Brasil – é o destaque do projeto Palco Hip Hop, que será realizado hoje e amanhã, no Sesc Palladium, no Espaço de Cultura do Gueto e no Espaço de Cultura do Sou l Guetto. Serão mais de 20 atrações, entre shows, debates e oficinas.

“O protagonismo das mulheres foi muito importante, não só no Brasil, mas mundialmente. (Com o projeto, buscamos) mostrar um pouco quem são essas figuras que estavam no início, trabalhando em um cenário muito diferente, de comunicação através de rádio e revistas impressas”, destaca o curador e idealizador Victor Magalhães.

Para ele, o projeto também surge como uma reparação histórica, já que, ao longo da história, a cena foi considerada muito machista. “A programação está focada nas mulheres, trazendo referências da década de 80 e 90, além de artistas contemporâneas. Fizemos uma junção dessas figuras importantes”, observa.

Magalhães chama a atenção para um debate que a participação das mulheres no movimento, com a reunião, hoje, das 14h às 16h, no Teatro de Bolso do Sesc Palladium, de Sharylaine, primeira MC do Brasil, MC Ellu, pioneira em Belo Horizonte, Miss Black e Vanessa Beco, com mediação de Larissa Borges – as duas últimas fazem parte do grupo Negras Ativas.

Outro destaque é Dany Fragozo, que se apresentará amanhã, a partir das 18h, no Grande Teatro, ao lado das MCs Monge e Colombiana, Contraste, Sharylaine, MC Ellu, Dayna Vision e Pat Manoese. Também haverá seletivas de batalhas de danças urbanas (modalidades livre individual e livre para duplas mistas).

“A expectativa está alta. Sempre tive vontade de participar da programação, porque é um evento de extrema importância para a nossa cidade, ao dar a oportunidade para artistas iniciantes e independentes”, afirma Dany, que, com 15 anos de estrada no rap, tem um repertório com uma pegada mais forte do soul. 

Para a rapper, é de extrema importância a valorização da mulher no movimento. “Hoje, graças a Deus, as mulheres estão bem aí, todas incríveis. São várias minas que a gente precisa celebrar e respeitar. Tem muita coisa a ser conquistada ainda. Na época delas era muito mais difícil, hoje para a gente está mais tranquilo, tem muita coisa a ser conquistada, a gente consegue de sair de cantar só um refrão, ter o nosso espaço, como o pensamento de mulher, nossa visão feminina”, salienta Dany, para quem a cultura hip hop salva vidas – não só as do mundo do crime.

“No meu caso, ela me salvou de uma depressão violenta. Essa cultura me abraçou de uma forma tão linda, em que eu pude ser eu. Por tudo isso, para mim está sendo especial”, revela a artista, que não deixa de incluir em suas músicas a questão da autoestima e da superação de barreiras pelas mulheres.

(*) Com Paulo Henrique Silva

 

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