Criptoarte

Projeto premia artistas periféricos de BH com criptomoedas e exposição de NFTs

Crypto/Serrão divulga edital e lança chamada pública nesta quarta (18); 30 artistas serão premiados

Por O TEMPO MAGAZINE
Publicado em 16 de maio de 2022 | 14:45
 
 
 
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Aprovado no Fundo Municipal de Belo Horizonte e realizado por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o projeto Crypto/Serrão (C/S), iniciativa dos blocos carnavalescos Seu Vizinho e O Pior Bloco do Mundo, lança a primeira chamada pública nesta quarta-feira (18), nas redes sociais do C/S (Twitter e Instagram). Trinta artistas da periferia de Belo Horizonte serão premiados com um valor equivalente a R$ 500 convertido na criptomoeda Tezos, cifra que pode ser transformada em reais ou em dólares em poucos cliques.

O  Crypto/Serrão vai auxiliar os artistas a criar NFTs (Non-Fungible Tokens ou Tokens Não-Fungíveis) de suas obras, digitalizá-las (se já não forem digitais) e reuni-las em uma galeria virtual, onde ficarão disponíveis para revenda. O tema desta edição é o aniversário de 100 anos da Semana de Arte Moderna: “É um convite aos artistas de periferia a fazerem uma releitura do modernismo, a recriarem a brasilidade a partir de suas perspectivas, questionando o mito da democracia racial”, incita Felipe Canêdo, coordenador do projeto e fundador d’O Pior Bloco do Mundo.

Segundo Paulo Vitor Ribeiro, fundador da Associação Sociocultural Seu Vizinho e um dos coordenadores do C/S, podem ser inscritas obras em qualquer suporte: fotografias, pinturas, arte digital, grafites, poemas, videoartes curtas e músicas experimentais. “O interessante é que os artistas ganham uma porcentagem também com as revendas” afirma. Recursos da revenda serão utilizados para a realização de uma segunda edição do projeto.

A curadoria das obras selecionadas nesta primeira edição fica por conta de três artistas de perfis diferentes e complementares: a artista visual Talita Rocha, mestra em Artes Visuais pela Guignard e com pesquisa em grafiti e memória; o fotógrafo Rafael Freire, do Aglomerado da Serra e especializado em pele negra; e o criptoartista anônimo Nino Arteiro, um dos nomes mais conhecidos do universo NFT no Brasil.

O projeto também irá realizar duas oficinas virtuais gratuitas sobre criptomoedas e NFTs, com Pedro Parrachia, pesquisador de blockchain e governança descentralizada, e Kosha, criptoartista. Os 30 premiados poderão participar das oficinas, onde será ensinado como criar uma carteira virtual e como “mintar” um NFT. Ambas serão gravadas e disponibilizadas gratuitamente online.

Afinal, o que são NFTs?

Um NFT é um certificado, assim como uma escritura de uma casa, e pode ser utilizado para comprovar a posse de bens digitais. O termo Non-Fungible Tokens pode ser traduzido como Tokens Não-Fungíveis. Token é a representação digital de uma escritura. Quando você compra um ingresso de um show ou uma passagem de avião, você recebe um documento que comprova que você tem direito àquele bem. No mundo digital, esse tipo de certificação é chamado de token.

E fungibilidade é a capacidade de substituir alguma coisa por outra equivalente. Por exemplo: uma moeda de 1 real, independentemente do ano em que foi cunhada, tem o mesmo valor e pode ser trocada por outra. Agora, um quadro do Van Gogh, por exemplo, é único. Se alguém fizer uma réplica, ela não vai ter o mesmo valor pois não é equivalente. Esse é um bem considerado não-fungível.

Então, os NFTs são certificados digitais que comprovam a posse de bens digitais que não podem ser substituídos. Essa tecnologia permite que esses bens se tornem colecionáveis, criando não só um mercado sólido em torno da arte digital mas também de comprovantes de participação em projetos sociais e colaborativos. Vemos os NFTs como uma evolução natural da internet. 

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