Artes cênicas

Relatos autobiográficos de integrantes da Zula Cia. de Teatro inspiram nova peça

Grupo belo-horizontino estreia 'Casa', espetáculo que aborda temas do universo feminino, nesta quinta-feira (6), Fazendinha Dona Izabel

Por O Tempo Entretenimento
Publicado em 05 de julho de 2023 | 16:00
 
 
 
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A inspiração para “Casa”, novo espetáculo da Zula Cia. de Teatro, parte dos relatos autobiográficos das atrizes-criadoras Andréia Quaresma, Gláucia Vandeveld, Kelly Crifer, Mariana Maioline e Talita Braga, que se viram privadas do encontro em meio ao isolamento imposto pela pandemia.

Segundo Talita Braga, a criação do espetáculo também vai ao encontro de uma continuidade de pesquisa da Zula Cia. de Teatro, desta vez fazendo um mergulho nas vivências das mulheres da companhia, “trazendo à tona temas relevantes do universo feminino como o envelhecimento, a maternidade, o luto, a morte, as relações de famílias e os silêncios, opressões e abusos de diversas ordens, dentre outras questões existenciais”.

“Casa” estreia nesta quinta-feira (6), às 20h, na Fazendinha Dona Izabel (avenida Arthur Bernardes, 3.120 – Barragem Santa Lúcia). Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) pela plataforma Sympla. A peça fica em cartaz até dia 16 de julho –  quintas e sextas, às 20h, e sábados e domingos, às 19h.

Ocupar a cena com a história de mulheres reais faz parte da trajetória do coletivo, desde sua primeira montagem “As Rosas no Jardim de Zula”, com foco na história de Rosângela, mãe da atriz Talita Braga que passa a viver em situação de rua. Agora, o grupo experimenta uma nova relação com o público, ao levar o acontecimento teatral para dentro de uma casa, a Fazendinha Dona Izabel.

“Outro ponto de partida para a criação do espetáculo está na saída do lugar convencional, que é palco, e a proposta de experimentar uma outra relação com o público ao levar o acontecimento teatral para dentro de uma casa. Como a ideia surgiu no auge da pandemia, ressignificar o espaço da casa e poder abrir as portas para receber diversas pessoas e celebrar a vida e os encontros com arte também foi um ponto relevante para a concepção de ‘Casa’”, explica Talita Braga.

A travessia pelas histórias narradas no espetáculo se desenrola a partir do encontro entre as atrizes e o público que, a cada apresentação, se divide nos espaços da Fazendinha Dona Izabel e assiste à apresentação de uma das personagens. A dramaturga também fala sobre a dinâmica da nova montagem da Zula Cia. de Teatro.

“O público chega para assistir ao espetáculo e, na chegada, cada pessoa será direcionada para um cômodo distinto, onde acontecerá um monólogo. Os cinco monólogos acontecem ao mesmo tempo, o que significa que toda casa está povoada de histórias e encontros. O final da peça acontece no quintal, para onde o público é todo direcionado e onde também acontece uma cena coletiva”, observa Talita.

Após o encerramento, o público é convidado a permanecer para conversar, comer e beber no bar organizado pela Casa do Beco, que faz a gestão da Fazendinha Dona Izabel, “sendo possível, assim, estender o encontro após o final da peça”.

Participação especial

A casa que dá nome ao espetáculo é metáfora, mas também concreta. E mais que mero cenário, a Fazendinha Dona Izabel, um casarão localizado na Barragem Santa Lúcia, torna-se também personagem da peça que foi, inclusive, concebida no local durante o período de ensaios. “Ao ocupar aquela casa, a história das pessoas dali soprou, gritou nos nossos ouvidos. Era inviável ocupar aquela casa com as nossas histórias sem ouvir as pessoas que ali estiveram antes. Tanto que a Flávia Regina Rocha da Silva, que é filha da Dona Izabel, que dá nome ao casarão, faz uma participação especial com a gente no espetáculo”, antecipa Talita Braga. 

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