Coletiva

Memórias e usos que circundam o Cine Theatro 

Mostra reúne trabalhos de nomes como Nydia Negromonte, Carlos Teixeira, O Grivo e Coletivo Micrópolis

Por carlos Andrei siquara
Publicado em 27 de novembro de 2015 | 04:00
 
 
 
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Edifício importante para a história de Belo Horizonte, o Cine Theatro Brasil Vallourec, onde está montada a exposição “Habitáculo”, serviu como ponto de partida para esse projeto expositivo que contempla trabalhos de artistas, a exemplo de Nydia Negromonte, Carlos Teixeira, Wilson Baptista, além do Coletivo Micrópolis e do grupo O Grivo.

Ali existiu um dos maiores cinemas de rua do Brasil e também um restaurante popular. O mesmo prédio já abrigou escritórios de contabilidade e quase se transformou num bingo, como aponta a pesquisa feita por arquitetos do Coletivo Micrópolis, que propuseram diversas ações inspiradas nesses e em outros possíveis usos.

“Eles ocuparam o hall do Cine Theatro que abre para a praça Sete e ofereceram refeições em uma das intervenções. Também propuseram a transformação desse espaço num clube de dança. Tudo isso foi feito a partir do que descobriram sobre a história do centro cultural e do que as pessoas que transitam em torno do prédio gostariam que ele fosse. O coletivo foi para a rua justamente colher essas opiniões”, diz Marconi Drummond, que fez a curadoria da mostra com Fabíola Moulin.

Já Negromonte se valeu de uma cápsula do tempo enterrada no chão do Cine Theatro quando ele foi inaugurado na década de 30 para conceber a instalação “Lote 7 quarteirão 6”. “Ela teve contato com fragmentos de jornais, moedas e cartazes de cinema da época. São esses resíduos históricos que disparam o trabalho dela, baseado em fotografia”, diz.

Teixeira, por sua vez, se inspira na arquitetura da construção e convida o público a um contato direto com o antigo telhado na instalação “Arqueologia Estrutural”. “Ele propõe uma ocupação dessa parte, permitindo uma interação maior do visitante”, conclui Drummond.

Serviço. Mostra coletiva “Habitáculo”, no Cine Theatro Brasil Vallourec (pça Sete), até 20/12. Visitação de 3ª a sáb., das 11h às 21h; dom., das 14h às 19h. Entrada gratuita.

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