Show

Roupa Nova se apresenta neste sábado na capital mineira

Tendo Fábio Nestares como vocalista (ele assumiu após a morte de Paulinho), o grupo adentra o palco do Palácio das Artes no sábado

Por Patrícia Cassese
Publicado em 22 de abril de 2022 | 03:00
 
 
 
normal

Que o período de suspensão social decorrente da pandemia do novo coronavírus foi um golpe devastador para vários setores, não há dúvida. No caso da classe artística, todo mundo se lembra, a quarentena forçou o cancelamento de espetáculos mundo afora, deixando incontáveis profissionais sem a sua principal fonte de renda – não por outro motivo, mecanismos de emergência, como a Lei Aldir Blanc, acabaram sendo criados. Mas, para além do fator econômico, a Covid-19 ceifou a vida de expoentes de todas as vertentes artísticas, profissionais do naipe de Tarcísio Meira, Nicette Bruno, Paulo Gustavo, Abraham Palatnik e o próprio Aldir Blanc.

Em dezembro de 2020, o universo da música perdia uma estrela. No dia 14, faleceu, no Rio de Janeiro, aos 68 anos, Paulo César dos Santos, o Paulinho, vocalista de um dos grupos mais longevos e bem-sucedidos da história da música brasileira: o Roupa Nova. 

Não por outro motivo, a recente volta aos palcos dos colegas do saudoso percussionista vem embalada por um misto de tristeza, mas também com uma vontade imensa de reverenciar o antes de mais nada amigo – lembrando que Paulinho estava no Roupa Nova desde o início da banda, em 1980. “Na verdade, já fizemos alguns shows desde o acontecido, e claro que toda apresentação é muito difícil, mas o Paulinho está vivo em nós, no público, nas nossas músicas. Hoje, Fábio Nestares está nos vocais como o sétimo Roupa Nova, como costumamos dizer”, conta Kiko, guitarrista do grupo que se completa com Cleberson Horsth (teclados e voz), Ricardo Feghali (teclados e voz), Nando (baixo e voz) e Serginho Herval (bateria e voz). 

Combinado, pois, que Fábio Nestares é o sétimo Roupa Nova, é chegada a hora de o público belo-horizontino dar a ele as boas-vindas: o grupo se apresenta neste sábado (23), no Grande Teatro Cemig, do Palácio das Artes. Mais do que ter um momento-tributo a Paulinho, Kiko esclarece que o show inteiro é uma homenagem a ele. “Agora, passamos a cantar não só para os fãs, mas também para ele”, conta, acrescentando que o colega era um cara “na dele”: “Nosso 'carequinha', como a gente carinhosamente o chamava”, lembra o guitarrista.
 
Como o repertório é recheado de hits – são mais de 20 milhões de cópias vendidas, 38 discos lançados e 35 temas de novela –, é mais que certo que os componentes da banda vão contar com um coro poderoso: o da plateia, que sabe de cor e salteado a letra de músicas como “Whisky a Go-Go", “Dona”, “Volta pra Mim”, “Anjo”, “Seguindo no Trem Azul”, “A Viagem”, “Coração Pirata”, entre muitas outras – isso sem contar os temas, como o da Vitória, composto e arranjado por Eduardo Souto Neto, que mais tarde ficaria atrelado ao piloto Ayrton Senna, e pelas músicas-temas do “Xou da Xuxa” e do “Vídeo Show”, todos da Rede Globo, além do tema do “Rock in Rio”.

estas quatro décadas de caminhada, é tanto sucesso que o próprio Kiko reconhece que fechar um setlist é tarefa hercúlea: “É muito difícil, com certeza, porque, se a gente fosse montar um show com todos os sucessos, seria muito extenso. Mas o repertório deste show já está fechado, e, por enquanto, não há nenhuma música inédita”. 

Projetos futuros 
Questionado sobre os planos para 2022, Kiko conta que, em junho, tem a gravação do projeto 40 anos, “que precisou ser adiado por conta da pandemia”. “Vai ser lá na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro. Também temos turnê em Portugal, além de outros projetos para sair do papel”, explica. Os concertos no país citado realizam-se no dia 27 de maio, no Super Bock Arena, no Porto, e no dia 28, no Campo Pequeno, em Lisboa, com convidados especiais. Mês passado, diga-se, o projeto “A Força do Amor”, turnê do cantor Daniel em parceria com a banda, deixou o mundo virtual para uma série de três shows presenciais em São Paulo. 

O sétimo elemento 
O vocalista Paulinho estava em processo de recuperação de um transplante de medula, realizado em setembro de 2020, como tratamento de um linfoma, quando foi contaminado pelo Sars CoV-2, tendo que ser internado na UTI de um hospital, no Rio de Janeiro. À época, um comunicado da assessoria disse que ele chegou a se recuperar, mas faleceu por conta de complicações. 

Nestares assumiu os vocais pela primeira vez numa live do grupo alusiva ao Dia dos Namorados, no ano passado. No entanto, a relação de amizade do cantor com o grupo já vinha de mais tempo: mais precisamente desde o fim da edição do programa “Fama” da qual ele participou, a de 2002. Basta dizer que foi Feghali a assinar a produção do disco de estreia de Nestares. 

Antes de encerrar a entrevista, Kiko lembra que o Roupa Nova tem um integrante mineiro, o tecladista Cleberson: “Bem, ele cresceu no Rio, mas é daí. Então, temos um mineiro na banda (risos)”.  Sobre a expectativa de voltar à capital mineira, ele sintetiza: “Cada show é único, e de todos eles levamos experiências para casa. Tenho certeza de que este não será diferente. Então, é isso: estamos chegando, BH”. 

Serviço 
O quê. Roupa Nova 
Onde. Grande Teatro Cemig, Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro) 
Quando. Neste sábado (23), às 21h 
Quanto. Ingressos a partir de R$ 90, valor de meia-entrada referente ao primeiro lote (concluída a venda dos bilhetes disponíveis, um segundo será aberto e, na sequência, um terceiro) e válido para plateia superior 
Classificação. Livre 
Informações. (31) 3236-7400

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!