Sarau Libertário debate arte contemporânea neste domingo, em BH

Já no fim da conversa por telefone, a cantora e atriz Julia Branco fala sobre os fluxos de produção, a correria dos artistas para jogar luz às suas produções e o inevitável acúmulo de funções – desde o uso das redes sociais ao gerenciamento da carreira – em um mundo digital em que a informação circula cada vez mais sem mediadores. 
“Não importa mais tanto onde você mora, mas o trânsito que você faz. Não interessa a base, desde que você esteja em movimento”, ela afirma. 

A percepção é oportuna e suscita reflexões e encontros, como o que acontece hoje, a partir das 14h, em mais uma edição do Sarau Libertário, que, além de Julia, recebe o ator Odilon Esteves, integrantes do Margem, coletivo formado por compositores negros de BH, e a produtora Bruna Kalil Othero, uma das idealizadoras do projeto nascido em 2016. 

A proposta é debater os caminhos da arte contemporânea em BH, os rumos do mercado para quem promove a cultura e colocar em perspectiva diferentes expressões artísticas em um espaço de troca de ideias e experiências. Julia, por exemplo, vai cantar algumas canções de seu disco solo “Soltar os Cavalos” (2018), ler alguns textos e fazer uma performance poética. Tudo muito natural para quem mescla música, teatro e dramaturgia em seus trabalhos.

Debate 

O papel da arte na sociedade não poderia deixar de ser tema do encontro de hoje, sobretudo em tempos de ataques a diversidade das manifestações culturais e à liberdade de pensamento. “A arte e a cultura são essenciais para um país existir como país. O trabalho dos artistas é refletir sobre o próprio tempo e pensar sobre ele de forma crítica”, afirma Bruna Kalil Othero. Para ela, o exercício artístico é marcado pelo seu tempo e a isenção ideológica representa, sim, uma postura política. “Nesses tempos de tanto dureza e violência, a arte nunca foi tão necessária”, finaliza Bruna.

Agenda

O quê. Sarau Libertário.
Quando. Domingo, a partir de 14h.
Onde. Parque Lagoa do Nado (rua Desembargador Lincoln Prates, 240, Itapoã).
Quanto. Entrada franca.