No domingo (24), sem qualquer contexto, o SBT levou ao ar, por duas vezes, trechos editados do vídeo da reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril, liberado para divulgação pelo décano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, na sexta-feira (22). 

De acordo com fontes do site Poder 360, Silvio Santos teria dito, depois de assistir ao material, que "ele fala o que as pessoas querem ouvir", referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

No sábado (23), pela primeira vez em 15 anos, o empresário e apresentador havia decidido, de última hora, pelo cancelamento da edição de sábado (23) do jornal "SBT Brasil", que iria repercutir o registro do encontro da alta cúpula do Planalto e que é apontado pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, como prova da intenção de interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal.

Pelo Twitter, o deputado Fábio Faria, casado com Patrícia Abramavel, filha do comunicador, disse que não houve interferência do Planalto quanto a decisão de suspender a exibição do jornalístico, que foi substituído pelo programa de variedades "Triturando". "Jamais houve reclamação do governo sobre a divulgação do famoso vídeo no SBT. O governo comemorou o vídeo", escreveu. 

O parlamentar ainda assegurou que "o vídeo vai na íntegra hj (no domingo) no programa dele (de Silvio Santos) que é o de maior audiência do SBT". O clipe levado ao ar, no entanto, tinha apenas 7 minutos de duração, enquanto a reunião durou cerca de 2 horas.

O colunista do UOL Mauricio Stycer, especializado na cobertura de assuntos relacionados à indústria da mídia, informou que a suspensão do telejornal pegou os plantonistas de surpresa. 

Em um vídeo, Stycer disse que "a exibição do clipe (no domingo) não conseguiu desfazer a má impressão causada pelo cancelamento da edição de sábado do "SBT Brasil". Conversei com muita gente que trabalha no SBT nos últimos dois dias e todos os relatos coincidem numa mesma direção: houve motivação política por trás da não exibição".

Ricardo Feltrin, também do UOL, indica que a decisão de suspender a edição do jornalístico desagradou as afiliadas da emissora, que teriam sido prejudicadas pela decisão repentina, classificada como "vergonhosa".