Encontro

Tetê Espíndola e Arrigo Barnabé preparam projeto de 'sertanejo lisérgico'

Parceria que começou na Vanguarda Paulista e rendeu colaborações em 'Clara Crocodilo' se estende com novo lançamento

Por Raphael Vidigal Aroeira
Publicado em 12 de fevereiro de 2024 | 06:30
 
 
 
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A convivência levou Arrigo Barnabé a definir o estilo de Tetê Espíndola como “sertanejo lisérgico”, porque, segundo o músico, as canções eram recheadas de “visões e loucuras com a natureza”. As faixas “Paisagem Fluvial” e “Sertão”, ambas de 1982, vieram à luz sob essa perspectiva. Com “Tamarana”, parceria com Paulo Barnabé, Tetê tornou-se a primeira cantora a gravar Arrigo, no disco “Piraretã”, de 1980.

“Hoje, entendo totalmente que a minha composição, além de sertaneja e lisérgica, é erudita. Tenho feito muitos shows com orquestras”, orgulha-se Tetê, que, na terra natal, em Campo Grande, teve sua música “adotada” pelo maestro Eduardo Martinelli, e se prepara para subir ao palco com a Sinfônica de Piracicaba. 

Em 2022, seu concerto com a Orquestra de Câmara do Pantanal foi gravado ao vivo, ocasionando o bis de “Escrito nas Estrelas” com arranjo de Ruriá Duprat, já disponível nas plataformas digitais. Ainda em 1985, no calor do estouro no “Festival dos Festivais”, Tetê foi convidada por Arrigo a participar do videoclipe de “Pô, Amar É Importante”, música de Hermelino Neder que integrou a trilha do filme “Cidade Oculta”, de 1986.

Divertidíssima, a gravação tem cenas impagáveis. Tetê revela que a direção queria que ela e Arrigo se beijassem ao final do clipe. “Eu fiz onda, não queria beijá-lo, por isso virou aquela bagunça”, diverte-se Tetê, que entrega um novo trabalho de ambos para breve, baseado no “sertanejo lisérgico”. “Vem coisa boa por aí”, promete. 

Ainda na esteira da repercussão em torno de seu nome, a artista chegou ao cinema, em 1987, ao contracenar com a mais famosa personagem dos quadrinhos criada por Mauricio de Sousa em “Mônica e a Sereia do Rio”, com direção de Walter Hugo Khouri. O longa se tornou o VHS mais vendido daquele ano. Sem nunca ter atuado, ela teve que “imaginar conversas com um desenho, um ser que não existe, mas valeu a pena”. Se bem que esses seres, como fadas e sacis, inundam as canções de Tetê Espíndola.

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