Toni Garrido expõe agressões e disputa por nome nos bastidores do Cidade Negra

Toni Garrido e Bino Farias, integrantes remanescentes do Cidade Negra, banda de reggae que surgiu com sucesso e popularidade nos anos 1990, resolveram expor publicamente os bastidores conturbados da dupla com o ex-baterista Lazão, que ficou no grupo até este ano. Em entrevista ao G1, Toni e Bino relatam agressões físicas, venda de instrumentos sem autorização e disputa pelo nome. O clima é o pior possível, segundo depoimentos de Toni Garrido.

“Eu não queria expor essa sujeirada toda, porque o fã não merece. Em 2014, 2015, começaram uma série de violências, o Lazão começou a ficar violento, dentro do próprio grupo, com a gente. Então, um dia ele me deu um soco no olho que rasgou meu olho e saiu sangue", diz o vocalista. “Um dia ele deu um soco na cara do Bino. Ele foi fazendo milhões de coisas. A banda, equipe técnica acompanhando aquilo tudo... e me perguntando 'Toni, você não vai fazer nada? Ele não pode fazer isso, ele tá louco, ele tá pirado'”, continuou Garrido.

Bino também contou que foi agredido por Lazão em Porto Alegre, em 2015: “Rolou uma agressividade dele do nada. E quando eu fui tentar separar uma situação, o soco que ele deu na direção do Toni pegou na minha boca, no nariz. Quando olhei no espelho, meu nariz estava saindo sangue”.

Segundo Toni Garrido, ele e o baixista Bino já compuseram e gravaram cinco músicas novas e o Cidade Negra vai voltar à estrada “assim que tiver a limpeza de espírito e de alma para continuar”.

Em outro trecho da entrevista, Garrido fala do episódio “mais feio”, segundo ele. Sem autorização dos integrantes da banda, Lazão vendeu equipamentos que estavam em sua casa. “Eu não falei antes, porque é a parte mais horrível. Na pandemia, pedi para o nosso engenheiro de palco ir lá buscar meus equipamentos. Ele foi impedido de entrar durante um mês na casa”, comenta o cantor, que enviou ao G1 aúdios em que Lazão confessa a venda de equipamentos sem a autorização dos ex-parceiros.

Por fim, Toni Garrido explicou que irá criar uma empresa para que ele e Bino sejam donos da marca Cidade Negra. No Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o nome do vocalista, Antônio Bento da Silva Filho, é que consta como dono do nome Cidade Negra.

Lazão foi procurado pelo G1, mas não quis dar entrevistas. Atualmente, o baterista toca com dois ex-membros do Cidade Negra, o guitarrista Da Ghama e o vocalista Ras Bernardo, em um projeto chamado Originais Cidade.