Ponto de vista

Os sons do  passado 

Atração do canal Viva, “Globo de Ouro Palco Viva mistura hits novos e antigos, mas esquece da emoção

Por geraldo bessa
Publicado em 23 de novembro de 2014 | 04:00
 
 
 
normal

O Viva leva a máxima de que recordar é viver às últimas consequências. Canal pago do sistema Globosat feito na medida para os fãs mais nostálgicos de produções antigas da Globo, o Viva poderia muito bem garantir sua rentabilidade escorando-se na memória do público. Mas, reutilizando velhas ideias, consegue ir além, como no remake de quatro episódios do “Sai de Baixo”.

De olho na boa repercussão das reprises do hoje “kitsch” “Globo de Ouro”, o Viva resolveu fazer uma homenagem ao programa exibido entre 1972 e 1990. Em “Globo de Ouro Palco Viva”, o canal pretende resgatar a áurea de sucesso da produção, mostrando o que toca hoje e reverenciando os hits do passado. O conceito tem seu valor, mas a realização soa fria e burocrática.

O grande barato de assistir às reprises do “Globo de Ouro” original é relembrar ou descobrir detalhes de uma era. Mais focados nos programas exibidos no fim dos anos 80, o público consegue identificar os artistas que sumiram, os atores-apresentadores que envelheceram e que o fim da ombreira e das roubas bufantes fizeram um bem enorme a toda humanidade.

A nova versão do programa consegue reunir nomes que fizeram “história” na produção, casos de Xuxa e Angélica, da cantora cega Kátia – do hit “Não Tem Jeito” – ou dos sumidos do Yahoo, com outros que fazem sucesso atualmente, como Thiaguinho, Valesca e Anitta. Dessa união, fica claro que o conceito de música pop no Brasil ganhou algumas batidas a mais, mas continua priorizando os hits mais rasteiros.

Sem comprometer tanto quanto o malogrado par que formaram em “Caminho das Índias”, Juliana Paes e Marcio Garcia aparecem à vontade no comando do programa. E, entre risos e pausas, mostram que ensaiaram direitinho os trejeitos e a informalidade do antigos apresentadores.

Com direção musical eficiente, o programa perde um pouco no quesito cenário. Com luz nada inspiradora e bolas ornando o palco, fica a impressão de que o canal não teve orçamento suficiente para dar ao “Globo de Ouro Palco Viva” um acabamento mais condizente com o nome da produção.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!