Balconista de loja de departamento, assistente financeira de uma corretora de seguros e recepcionista de uma clínica médica israelita. Antes de se fixar como atriz, Olívia Araújo, a Jovelina de "Ciranda de Pedra", fez de tudo um pouco. "Precisava de um emprego fixo para me sustentar, né? Mas, cada vez que pintava uma oportunidade no teatro, largava tudo para fazer", lembra a divertida atriz, que teve a carreira alavancada depois de dar vida à empregada Quitéria no filme "Domésticas", de Fernando Meirelles e Nando Olival, em 2001. "Foi, sem dúvida, um trabalho muito importante para mim", conta ela, que, no ano seguinte, participou de outro longa de Meirelles: o premiado "Cidade de Deus".
Estreante em novelas, Olívia garante que não poderia ter começado em papel melhor. Na pele da manicure que lê a sorte nas unhas de suas clientes, ela conta que está tendo a chance de exercitar a comédia, gênero que leva muito a sério. "Se me pedir para contar uma piada, não sei. Não penso em comédia. Nunca pensei. Tudo o que faço é me concentrar na história", admite.
Considerando-se ou não comediante, o fato é que a atriz, de 35 anos, está arrancando gargalhadas da equipe técnica e de seus colegas de elenco. "Basta acabar de rodar uma cena para alguém vir com um Jovelina, lê as minhas unhas?.
Filha de empregada doméstica e de um bancário, Olívia se encantou pela carreira artística aos 7 anos, quando assistiu ao filme "Orfeu do Carnaval" na TV Cultura. "Lembro como se fosse hoje da cena em que o Orfeu cai em um precipício para achar a Eurídice. Quando assisti, pensei: Nossa, quero fazer esse negócio aí!", diverte-se ela, referindo-se ao filme de Marcel Camus que gira em torno da história de amor entre o sambista carioca Orfeu e a jovem Eurídice.