Mesmo vivendo na capital com o maior número de bares por habitante do Brasil, não são raros os momentos em que os boêmios de Belo Horizonte se cansam de ir sempre aos mesmos locais. Seja por conta do costume ou da centralização comercial da cidade, volta e meia o desafio de conhecer novos e bons bares para tomar uma cerveja gelada e comer um tira-gosto instiga os belo-horizontinos. O Comida di Buteco, que chega a sua 17ª edição em 2016, pode ser um importante aliado para sair da mesmice. É que o concurso admite, a cada ano, nove bares inéditos, de vários cantos da cidade, expandindo a oportunidade para novos participantes e servindo como um guia para os boêmios que querem circular por diferentes ares.
Em 2016, o Comida di Buteco fará sua primeira edição nacional e funcionará em duas etapas. Até o dia 15 de maio, acontece a temporada de eleição, em que 500 bares, de 20 cidades espalhadas pelo país, vão concorrer com tira-gostos que serão avaliados qualitativamente pelo público e pelos jurados. Em junho, uma comissão de jurados que não participou da primeira etapa vai eleger o melhor dos melhores, dentre os 20 campeões. Durante a etapa de votação, público e júri dão nota de 1 a 10 para quatro quesitos: tira gosto, higiene, atendimento e temperatura da bebida. O peso do júri e do público é de 50% para cada, e os votos são recolhidos e apurados pelo instituto Vox Populi.
Mas muitos não sabem que a competição tem, além do campeão e dos finalistas, os “rebaixados”. Com o ranking de participantes definido, os bares que correspondem a 20 % da base formada pelos últimos colocados são afastados da edição subsequente do Comida di Buteco – o que corresponde a nove bares em Belo Horizonte. Em 2016, porém, serão oito calouros (veja nas laterais), já que um dos participantes não pôde participar da última edição e foi readmitido neste ano. Para o coordenador do concurso, Filipe Pereira, a dinâmica de alternância de bares é fundamental para manter a inovação do concurso, como explica o coordenador Filipe Pereira. “Tanto o público quanto a imprensa esperam por novidades em qualquer projeto, e com o Comida não poderia ser diferente. Um projeto com os mesmos participantes, em 17 anos, acabaria ficando menos interessante. Por isso, rodamos o país garimpando bons botecos e ouvimos coisas como: ‘Vocês saíram lá de BH para nos apresentar os bares da nossa cidade’”, conta.
Pereira defende que o Comida di Buteco tem o papel de apresentar os bares de cada cidade a seus moradores. “O projeto é um canal de descoberta: quando a pessoa quer ir a um boteco diferente, pega o caderninho e vê ali algumas opções. É como se fosse um guia, uma chancela. E que funciona, porque sempre vemos as pessoas muito curiosas para saber quem são os novos participantes”, defende, lembrando outro importante impacto do “risco de rebaixamento”. “Como os botecos não pagam para participar, a partir do momento em que sabem que podem ficar de fora, eles se motivam. Talvez seja o grande diferencial do concurso”, afirma.
Espaço para todos. Sobre os novatos de 2016, Filipe Pereira defende que são boas aquisições para o Comida di Buteco. “Trazemos bares com muita história, que buscavam essa oportunidade. Acho que o principal tom que os unifica são as histórias e a distribuição pela cidade. Temos participantes de Venda Nova, São Lucas, Aglomerado da Serra, Santo André. Alguns bairros que, até então, ainda não tinham participado do concurso”, sublinha. São os novos participantes do concurso: Arrumadim, Bar Mania Mineira, Boogie Oogie, Cantim Noir, Clube Mineiro da Cachaça, Recanto da Vovó Tela, Toninho Alto Forno e Zé Pretinho.