Em Belo Horizonte, não tem uma pessoa que não afirme que a cidade está repleta de lugares novos para conhecer e degustar. Sim, o ano de 2024 foi marcado por tantas boas novas que foi difícil de acompanhá-las em tempo real. É por isso que o Gastrô embarcou na difícil missão de elencar 10 destaques das várias – e excelentes – novidades gastronômicas que marcaram o ano passado. Coloque essas e outras em seu roteiro o quanto antes.

 

Casa Gabo

Com a proposta de ser um bar e restaurante latino-americano, a Casa Gabo, inaugurada em BH em outubro do ano passado, traz cervejas artesanais da Cervejaria São Sebastião e Inspetor Sands e os drinks da Lamparina Cachaçaria. “Nossa ideia ao abrir uma casa voltada para a cultura latino-americana é sublinhar as semelhanças entre a cozinha mineira e as cozinhas populares da Colômbia, Equador, México, Chile e Uruguai. Temos muitas semelhanças de ingredientes, o uso de técnicas parecidas, é tudo muito familiar e, mesmo assim, há poucas casas em BH com essa pegada”, explica um dos sócios, Augusto Franco. A cozinha é assinada pela sócia e chef Ornela Mattos, que já trabalhou na Cozinha Tupis e no Florestal, e apresenta pratos imperdíveis, como o Patacones, discos de banana frita com salsa macha, creme de avocado e pico de gallo (R$ 34); empanadas fritas de linguiça de pernil e chimichurri de milho cremoso (R$ 36); e frango assado com mole negro (R$ 44). Onde? Av. Cristóvão Colombo, 336, Savassi

 

Terraço Niê

O local fica no topo do icônico arranha-céu projetado por Oscar Niemeyer, na praça Sete, bem no centro da capital mineira. Além da vista linda do hipercentro da cidade, a gastronomia, assinada pelo chef Victor Zulliani (também responsável pelo menu do Montê, inaugurado em 2023), contém pratos inspirados na culinária dos países onde Niemeyer deixou sua marca, como Itália, França, Brasil, Argélia, Portugal e Líbano, mas priorizando a fusão com ingredientes brasileiros. Bons exemplos podem ser degustados, como tartare de filé temperado com azeite de urucum (R$ 57); camarão, pupunha e melado de romã (R$ 80); e flat iron de angus servido com legumes salteados e molho Café de Paris, rico em ervas e especiarias (R$ 103). Já o bar leva assinatura da mixologista Camila Wanderley, com uma seleção de coquetéis clássicos, como o Cosmopolitan (R$ 44), o Fitzgerald (R$ 44) e o Negroni (R$ 44). Onde? R. Rio de Janeiro, 471, centro.

 

Uiaiê

A sorveteria Uaiê, criada pelo chef Pedro Barbosa, tem conquistado paladares mineiros com uma proposta que alia sabores autênticos e ingredientes regionais. Com foco na valorização da culinária brasileira, a sorveteria aposta em receitas artesanais que destacam insumos locais, como frutas típicas e especiarias, trazendo um toque de inovação às tradições mineiras. Por lá, há sabores como requeijão moreno do Norte de Minas com goiabada cremosa (R$ 25); sorvete de cupuaçu com banana, castanha-do-pará caramelizada (R$ 25); broinha de fubá recheada com creme de baunilha e sorvete de canela (R$ 25) e canudinho de doce de leite que acompanha sorvete de doce de leite e raspas de limão (R$ 25). Onde? R. Padre Odorico, 78, São Pedro

 

Gata Gorda

Uma das grandes aberturas de 2024 foi a da Gata Gorda, novo restaurante da chef Bruna Martins (Birosca, Florestal e Gira Vinhos), que flerta com a Espanha, inaugurado no fim do ano passado. A bodega moderna, como ela mesma o intitula, traz entradas como croqueta de queijo meia-cura, kimchi e parma (R$ 40), pato Donut’s: croquete carnudo de pato (R$ 45 por 2 unidades) e húmus de pistache com mortadela artesanal e pão da casa (R$ 45). Onde? Rua Levindo Lopes, 96, Funcionários

 

Macaréu

Localizado no centro comercial Meeting Shops, entre os bairros Belvedere e Vila da Serra, o Macaréu é mais um restaurante assinado pelo chef Leo Paixão (Glouton, Ninita, Mina Jazz e Nicolau). Desta vez, o menu é focado em frutos do mar que vêm do Sul do país, e pescados de fornecedores com rastreabilidade, presentes em pratos que priorizam peixes amazônicos, como o pirarucu, o filhote e o tambaqui, além de mexilhões, ostras e outros frutos do mar das águas do Norte do Brasil. Não deixe de provar os mexilhões com beurre blanc de tucupi e milho doce (R$ 69); espaguete nero com pesto cremoso e lula na brasa (R$ 97); lasanha aberta de palmito, frutos do mar, fonduta e pesto (R$ 135) e, de sobremesa, namelaka de chocolate com sorbet de cupuaçu, crocante de castanha-do-pará, tuile de chocolate (R$ 43). Onde? R. Dicíola Horta, 77, Belvedere

 

Bar Padrin

O Bar Padrin é uma homenagem dos primos Daniel e Thiago Tassi ao padrinho de Daniel, pai de Thiago – Domingos Tassi. Desde sua abertura, a empresa familiar (como fazem questão de frisar) tem a proposta de oferecer pratos únicos para serem compartilhados – comer sozinho vale também! –, assinados pelo chef Daniel Tassi, que já passou pelas cozinhas do Jacinta, Alma Chef, Pacato, entre outras. “Aqui servimos apenas entradas, não temos prato principal ou sobremesa, isso para que os comensais possam passear pelo cardápio experimentando de tudo”, disse o chef. Entre os destaques, a moela de pato, extremamente macia após 12 horas de cocção em sous vide (sob vácuo), envolvida por uma demi-glace com temperos orientais (R$ 38,90) e o Tonkatsu (R$ 44,90) com maionese da casa. Até a batata frita ganha um toque especial, servida com queijo Canastra maturado por 90 dias e furikake (R$ 38,90). Onde? R. Campanha, 11, Carmo

 

Casa Riuga

Inaugurada em novembro de 2024, a Casa Riuga, comandada pelos chefs Carolina Elias e Pedro Paulo, é o resultado de técnicas adquiridas em anos na gastronomia, com passagens por restaurantes paulistanos como Cais e Shihoma. Antes do espaço físico, a dupla trabalhou com delivery por cerca de um ano – era só uma questão de tempo até encontrarem um espaço ideal para abrigar o restaurante. Em tempo, Riuga é como se pronuncia “hygge”, palavra dinamarquesa para um sentimento de conforto e bem-estar, que também traduz o estilo de vida escandinavo. Palavra que Pedro conheceu quando trabalhou na Escandinávia. No paladar, o conceito pode ser experimentado em pratos como peixe do dia preparado na churrasqueira Hibachi com manteiga de limão e alcaparra (R$ 98); cogumelos frescos salteados com creme de queijo e trigo sarraceno frito (R$ 48); e abóbora chapeada, creme de ricota com raiz forte e avelã tostada (R$ 42). Onde? R. Cláudio Manoel, 1.124, Savassi

 

Zuzunely

O Zuzunely já é um velho conhecido na cidade, desde 2018, mas reabriu as portas em agosto de 2024 em um novo local. O casarão dos anos 1940, no bairro Santo Agostinho, tem projeto assinado por Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx e também foi a morada do escritor mineiro Fernando Sabino. Além da arquitetura linda, o menu, assinado pela chef Bruna Haddad, prioriza o brunch com tostadas, sanduíches, rabanada e waffle de pão de queijo, além dos pães de fabricação própria. Vale experimentar a tostada Zulmira (R$ 50) feita com creme de avocado, conservas de cogumelos da casa com cacau e pimenta fermentada, bacon, ovo pochê e aioli de sriracha com missô; rabanada de brioche com maçã cozida com canela e cravo, caramelo salgado e sorvete de cumaru (R$ 39) e o waffle de pão de queijo do Serro com manteiga ou cream cheese (R$ 28). Onde? R. Araguari, 1.000, Santo Agostinho

 

Casinha do Jura

O Juramento 202, da Cervejaria Viela, é um dos bares mais queridinhos de Belo Horizonte e, no início de 2024, inaugurou um anexo, batizado carinhosamente de “Casinha do Jura”. O cardápio, assinado pelo chef Henrique Gilberto, mescla a cultura mineira com a gastronomia sírio-libanesa, muito presente na região do Pompeia, onde o restaurante é localizado. Boas bocadas podem ser dadas com a terrine de joelho de porco (R$ 38), charutinho de rabada (R$ 19), moela de pato com quibebe e pastéis de queijo de cabra com mel (R$ 34). Onde? R. Juramento, 202, Pompeia

 

Trintaeum

Pelas mãos da chef Ana Gabi Costa, o Trintaeum tem cardápio repleto de referências de Minas Gerais. A casa propõe um olhar sobre a cultura mineira e apresenta seus elementos mais representativos de forma sofisticada e contemporânea. O menu de entradas conta com uma seleção de tira-gostos mineiros, sempre com um toque autoral da chef. Por exemplo, o delicado pastel de angu é recheado com umbigo de banana e leva requeijão de raspa (R$ 32), e o fígado com jiló aparece em um jiló inteiro recheado com fígado e empanado na pururuca (R$ 29). Os pratos principais são familiares aos almoços e jantares das casas e fazendas do Estado, com apresentações diferenciadas como o Porco sem Mágoas (R$ 88), um copa lombo braseado com molho de cachaça e limão, angu de canjica com queijo e taioba; e o lombinho serenado com tutu e banana (R$ 86). Onde? R. Prof. Antônio Aleixo, 20, Lourdes