Comida di Buteco: hoje é o último dia para provar os pratos participantes

A 20ª edição do Comida di Buteco em Belo Horizonte chega ao fim hoje. O Kaol – icônica iguaria com arroz, ovo e linguiça – foi o primeiro prato participante do Café Palhares no concurso, ainda em 2003. “Quando surgiu o projeto, a gente não tinha dimensão do que poderia ser. Começamos meio que na brincadeira”, lembra João Lúcio Ferreira, que, junto ao irmão Luiz Fernando Ferreira, gerencia o tradicional Café Palhares, no centro da capital mineira. A casa é a mais antiga participante que permanece sob a mesma direção.

Observando a potência do evento, nos anos seguintes João criou pratos com mais cara de boteco: essencialmente tira-gostos. Assim, a casa passou a ser conhecida também como um espaço para tomar uma cervejinha e comer um petisco. “Mas nunca perdendo o foco do que somos: o Kaol é o nosso carro-chefe”, explica ele.

De 2003 até hoje, já foram 17 edições como participante. “O concurso fez com que a gente crescesse em termo de mídia. O Comida di Buteco é muito forte, o Café apareceu mais”, diz o proprietário. Segundo ele, o concurso também impulsionou o crescimento da estrutura do estabelecimento. “Fiz uma reforma em 2008 para o Café ficar mais bonito para o Comida di Buteco. No ano seguinte, ganhamos o primeiro lugar”, lembra João.

Expectativa

Neste ano, o Café Palhares disputa com o prato Ouriço – bifinhos de carne moída empanados com batata palha junto com geleia de pimenta rosa. “Essa edição foi muito boa. Pelo fato de os pratos terem o valor de R$ 20, animou o pessoal a ir mais ao boteco”, avalia João.

Questionado sobre sua expectativa para a premiação, João brinca que é igual ao Galo: “Eu acredito! A gente joga para poder ganhar”. Mas, se não vencer, “ser classificado para o ano seguinte já está ótimo”, segundo ele. “Não sabemos viver sem o Comida di Buteco. Ele já faz parte da nossa história”, ressalta.

Balanço da 20ª edição

Segundo Felipe Tosta, um dos organizadores do concurso, o balanço desta edição já é muito positivo. “Tivemos um bom feedback dos botecos: houve fila de espera. Foi uma supercomemoração de 20 anos; um acerto a proposta dos petiscos serem R$ 20”, diz. Quem ainda quiser experimentar os pratos participantes desta edição tem só até hoje. Corra!

Homenagem a Beth Carvalho

O verde e o rosa vão ocupar Belo Horizonte para o encerramento do Comida di Buteco, no próximo sábado (18). Sucessos de Cartola, Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola abrirão o show da Velha Guarda da Mangueira, atração principal da Saideira. Na mesma noite, será conhecido o grande vencedor do concurso entre os 52 participantes.

“Gostamos muito de fazer show aqui em Minas. É fantástico! É garantia de sucesso, com certeza”, conta Robson Lo Bianco, produtor executivo da Velha Guarda da Mangueira. Em uma hora e meia de apresentação, o grupo de 12 artistas (formação mínima) fará uma mistura com repertório animado. Além de sambas de raiz conhecidos do grande público, a Velha Guarda vai tocar músicas do seu recente CD em homenagem ao centenário de Geraldo Pereira, compositor mineiro precursor do samba sincopado e responsável por sucessos como “Sem Compromisso”.

“Muita gente canta e não sabe que a música é dele. A missão da Velha Guarda não é só manter vivo esse legado musical, mas principalmente difundi-lo, mostrando a importância dessa turma para a música brasileira”, ressalta Robson. O CD estará à venda na festa.

Madrinha

Para encerrar a noite, o grupo trará os sambas-enredo vencedores do Carnaval do Rio de Janeiro, incluindo “História pra Ninar Gente Grande” – campeão da festa carioca de 2019, vigésimo título da escola. “É um samba espetacular, que entrou para a história da música brasileira”, observa Robson.

Também não poderia faltar uma justa homenagem à cantora e compositora Beth Carvalho, madrinha da Velha Guarda da Mangueira, que faleceu no dia 30 de abril. O grupo vai cantar sucessos da estrela como “Coisinha do Pai’.