Análise de um massacre

Como a Alemanha engoliu o Brasil?

Conjunto de Joachim Low ganhou o meio campo e se aventurou nos espaços óbvios deixados por Scolari

Por LEANDRO CABIDO
Publicado em 08 de julho de 2014 | 21:12
 
 
 
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A força do conjunto alemão se mostrou eficiente e avassalador em apenas meia hora. Mas como um time pentacampeão aceitou, de maneira humilhante, uma situação tão constrangedora no Mineirão?

A escalação de Luiz Felipe Scolari, na ausência de Neymar, teve o jovem Bernard aberto pelas pontas do campo, entrando novamente com três avantes – junto com Fred e Hulk. A questão é que a Alemanha, com seu toque de bola refinado, ganharia o meio campo sem maiores problemas. Kroos, Schweinsteiger  e Khedira – sem pensar ainda nas subidas pelo meio do capitão Lahm, possuem qualidades acima da média. Com apenas três no meio, sendo que um era o armador Oscar, a situação brasileira já era dramática antes do jogo começar.  Fred, Hulk, Bernard e Oscar simplesmente não marcariam ninguém.

No início, o Brasil até esboçou uma marcação sob pressão para tentar manter a posse de bola – objetivo difícil, já que 65% dos comandados de Joachim Low são do Bayern de Munique-ALE, de Pep Guardiola. Engolidos com dez minutos de jogo.

Com três jogadores avançados – e sem fazer a cobertura, os laterais da seleção foram expostos de maneira absurda, com Fernandinho e Luiz Gustavo sem saber o que fazer ou marcar no meio campo. Dante, inseguro, não conseguia render. David Luiz, até seguro demais, não dava conta de tamanha demanda. Durante o jogo, era possível ver disputas mais do que injustas, como contra-ataques com margem superior de jogadores para os tricampeões e triangulações nas costas de Maicon e Marcelo.

Com a pane psicólgica, ficou ainda mais fácil para Joachim Low e seus comandados destroçarem o frágil planejamento de um adversário em pedaços.

O técnico Luiz Felipe Scolari perdeu a chance, com a saída de Neymar, de fazer o que o Chile fez conosco: embolar a parte central do campo e ver o que dá. O resultado de 7 a 1 desta terça-feira foi o claro retrato da falta de postura tática da equipe nacional durante toda a Copa do Mundo. 

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