A força do conjunto alemão se mostrou eficiente e avassalador em apenas meia hora. Mas como um time pentacampeão aceitou, de maneira humilhante, uma situação tão constrangedora no Mineirão?
A escalação de Luiz Felipe Scolari, na ausência de Neymar, teve o jovem Bernard aberto pelas pontas do campo, entrando novamente com três avantes – junto com Fred e Hulk. A questão é que a Alemanha, com seu toque de bola refinado, ganharia o meio campo sem maiores problemas. Kroos, Schweinsteiger e Khedira – sem pensar ainda nas subidas pelo meio do capitão Lahm, possuem qualidades acima da média. Com apenas três no meio, sendo que um era o armador Oscar, a situação brasileira já era dramática antes do jogo começar. Fred, Hulk, Bernard e Oscar simplesmente não marcariam ninguém.
No início, o Brasil até esboçou uma marcação sob pressão para tentar manter a posse de bola – objetivo difícil, já que 65% dos comandados de Joachim Low são do Bayern de Munique-ALE, de Pep Guardiola. Engolidos com dez minutos de jogo.
Com três jogadores avançados – e sem fazer a cobertura, os laterais da seleção foram expostos de maneira absurda, com Fernandinho e Luiz Gustavo sem saber o que fazer ou marcar no meio campo. Dante, inseguro, não conseguia render. David Luiz, até seguro demais, não dava conta de tamanha demanda. Durante o jogo, era possível ver disputas mais do que injustas, como contra-ataques com margem superior de jogadores para os tricampeões e triangulações nas costas de Maicon e Marcelo.
Com a pane psicólgica, ficou ainda mais fácil para Joachim Low e seus comandados destroçarem o frágil planejamento de um adversário em pedaços.
O técnico Luiz Felipe Scolari perdeu a chance, com a saída de Neymar, de fazer o que o Chile fez conosco: embolar a parte central do campo e ver o que dá. O resultado de 7 a 1 desta terça-feira foi o claro retrato da falta de postura tática da equipe nacional durante toda a Copa do Mundo.