Habitação

Eleições em BH: Áurea defende uso de imóveis abandonados no Centro para moradia

Candidata do PSOL propõe diálogo constante com as ocupações urbanas e diz que é preciso combater a especulação imobiliária na capital

Por Sávio Gabriel e Thaís Mota
Publicado em 02 de outubro de 2020 | 18:00
 
 
 
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Uma política habitacional que mantenha diálogo com as ocupações urbanas e que combata a especulação imobiliária, além da utilização de imóveis abandonados no centro da capital como moradias populares são alguns dos pontos defendidos pela deputada federal Áurea Carolina (PSOL) para solucionar os problemas de habitação de Belo Horizonte. Candidata à prefeitura da capital, ela defende ainda que a administração tenha papel de intermediação dos conflitos fundiários.

"O ponto de partida é respeitar as ocupações urbanas, estar em diálogo com essas pessoas e priorizar a urbanização de todas elas nesse diálogo, ouvindo essas pessoas”, diz a postulante, reforçando que, em uma eventual gestão sua, vai aplicar também instrumentos já previstos no Estatuto da Cidade, a exemplo do IPTU progressivo, ferramenta na qual a gestão aumenta a alíquota do imposto por até cinco anos consecutivos para combater a ociosidade de imóveis.

A medida, segundo ela, deve coibir a especulação imobiliária, abrindo espaço, inclusive, para que imóveis abandonados na região central possam ser ocupados. “A gente tem que aplicar os instrumentos do Estatuto da Cidade, como o IPTU progressivo, desapropriação, para que não haja especulação. Para enfrentar o problema da especulação imobiliária de imóveis vazios que não cumprem função social. Há muitos imóveis abandonados, inclusive no centro da cidade, que poderiam ser utilizados para moradia popular. Isso é prioridade absoluta para nós”, reforça.

Sobre a situação do centro, Áurea reforça que é preciso uma política habitacional para a região, citando como exemplo a situação da Ocupação Carolina Maria de Jesus, que há três anos ocupa um edifício na Avenida Afonso Pena. “Existem vários outros exemplos de como que o acesso é reivindicado por essas pessoas sem teto, sem moradia. É preciso pensar na situação da população de rua e dar prioridade na inclusão deles nas políticas habitacionais”, explica, afirmando

Questionada sobre como a gestão da capital pode interferir nas ações de despejo, que geralmente são executadas pela Polícia Militar depois de ordem judicial, Áurea defende que o Executivo municipal seja um interlocutor nesses casos. “Quando quer, quando há vontade política, é preciso fazer isso e a prefeitura precisa se colocar como um agente em defesa do direito à moradia na nossa cidade e trabalhar a negociação”.

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