Diálogo

Eleições em BH: Áurea prioriza agendas com coletivos e movimentos sociais

Candidata do PSOL à prefeitura disse que sua campanha não vai se comprometer com grandes empresários

Por Thaís Mota
Publicado em 23 de outubro de 2020 | 17:00
 
 
 
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A maior parte das agendas da candidata do PSOL à Prefeitura de Belo Horizonte, Áurea Carolina, na campanha eleitoral tem sido com representantes de coletivos feministas, de organizações de moradores de vilas e favelas ou de trabalhadores ambulantes e também de movimentos sociais. Em muitas delas, é comum ouvir relatos sobre como as pessoas conheceram a deputada federal, seja em eleições passadas ou ainda antes de ser eleita.

Isso demonstra que a maioria das pessoas com quem a candidata tem se reunido para apresentar suas propostas já são conhecidas ou já conhecem sua trajetória. Por outro lado, em entrevistas ao jornal O TEMPO, Áurea por mais de uma vez atribuiu seu resultado nas pesquisas de intenções de voto - que nos levantamentos realizados por O TEMPO variam entre 2% (DataTempo/Quaest, 5 de outubro) e 3,3% (DataTempo/CP2, 19 de outubro), - ao desconhecimento da população de que ela é candidata à prefeita.

Questionada sobre suas agendas, Áurea confirmou que tem priorizado conversas com setores menos privilegiados da sociedade por uma questão da visão e das propostas que têm para a capital mineira, mas garante que está aberta ao diálogo com todos os setores. 

“Nós temos uma prioridade nesse momento que é enfrentar as desigualdades socioeconômicas. E nós começamos da periferia para o centro. Por isso, a gente tem conversado primeiro com esses coletivos e movimentos que representam aqueles que formam a maioria da população, que não foi considerada muitas vezes na elaboração das políticas. E é a que está sofrendo muito mais os impactos dessa crise socioeconômica, sanitária e política sem precedentes que a gente vive hoje. Então, isso tá dizendo do nosso lado e de onde a gente começa a fazer esse governo da BH que nós queremos”, disse.

Ainda segundo Áurea, para além dos coletivos e movimentos, ela disse que na próxima semana tem uma reunião com pequenos empreendedores e também têm conversado com outros setores. “Então, a gente tem uma conversa sim com o setor econômico, uma conversa com universidades, uma conversa com toda essa massa crítica e importante na cidade”.

Ela também  afirmou que apesar de a retomada da economia após a pandemia ser uma premissa de seu plano de governo, ainda assim a prioridade será a população mais prejudicada e não empresários. “Aqueles que já têm uma privilégios estão em uma posição mais favorável. Então, a gente precisa olhar primeiro para aqueles que foram os mais prejudicados, que vivem em condições muito precárias nas periferias, não têm saneamento básico, não têm segurança alimentar, não têm um trabalho decente, não têm uma série de garantias para se ter uma vida digna. Então, aqui nós não fazemos uma exclusão de nenhum setor. A gente está dizendo por onde a gente começa a promover essa mudança. Mas, estamos inteiramente à disposição para conversar com todos aqueles que quiserem”, disse.

Por fim, ela disse que sua candidatura não vai se comprometer com interesses de empresários que, segundo ela, buscam “favorecimento” do poder público. “Agora, a gente não vai ficar fazendo reunião para trazer grandes empresários, para a gente se comprometer com grandes empresários no sentido de favorecimento como eles buscam, em uma relação clientelista com quem está no poder. Essa não é, definitivamente, a nossa forma de fazer política”, concluiu.

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