Segundo turno

Eleições em Contagem: Marília e Saliba disputam apoio de Dr. Wellington

Definição do terceiro colocado nas urnas deve sair apenas no fim desta semana

Por Thaís Mota
Publicado em 17 de novembro de 2020 | 06:00
 
 
 
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Terceiro colocado na eleição para a Prefeitura de Contagem, o apoio do vereador Dr. Wellington (Republicanos) pode ser decisivo na disputa pelo segundo turno entre Marília Campos (PT) e Felipe Saliba (DEM). Ele teve 40.069 votos, menos da metade da votação da candidata petista (118.955), mas não muito distante do segundo colocado na corrida, que somou 52.371 votos.

Conforme a equipe do vereador, a definição sobre qual nome ele irá apoiar deve sair apenas no fim desta semana. Por meio de uma mensagem via celular, o político apenas confirmou a indefinição. “Não decidi o apoio ainda no segundo turno. Vou analisar”, frisou.

O cientista político e professora da UFMG Felipe Nunes reforça que, apesar da vantagem de Marília Campos no primeiro turno, o desfecho da disputa depende muito do apoio que a petista vai conseguir reunir. “Agora o assunto é: o que vai acontecer, dado que todo mundo pode se juntar contra a Marília. Ou ela pode conseguir trazer alguém que estava na oposição e melhorar suas chances”, avalia. 

Marília conta com a vantagem de ter feito duas gestões bem avaliadas à frente da prefeitura entre 2005 e 2012, porém também tem a maior rejeição, em especial por causa de seu partido. Conforme a última pesquisa DataTempo/Quaest (registro n° MG-05972/2020) contratada pela Sempre Editora e divulgada às vésperas do primeiro turno, 15% dos entrevistados não votariam nela. 

Já Saliba, além de ter 4% de rejeição no levantamento, cresceu ao longo da campanha, especialmente na reta final, subindo de percentuais próximos de zero no início da disputa até atingir a preferência de 18,4% do eleitorado nas urnas no domingo. 

Alianças

No fim da tarde dessa segunda-feira (16), Marília já havia procurado todos os candidatos derrotados e disse não descartar apoio de ninguém, já que, para ela, “não existe essa fidelidade de pessoas com partidos”.

“Estou agora concentrada em redefinir a estratégia, mas mantendo meu perfil no primeiro turno: não agressão ao eleitor, não agressão ao candidato, mas costurando uma nova aliança com candidatos que concorreram ao cargo majoritário e ao Legislativo. Então, estou na fase inicial de articulação”, disse.

Saliba, por sua vez, não informou se iniciou conversas sobre apoio, mas disse ser contra “conchavos políticos”. “Nosso principal objetivo sempre foi ter o apoio e a aliança com a população da cidade. Mas é claro que vamos ter todo o apoio daqueles candidatos que têm o mesmo objetivo e propostas, de reconstruir Contagem com propostas sérias, sem o toma-lá-dá-cá”, garante.

Chapas barradas não impedem 2° turno

Definições de última hora da Justiça Eleitoral geraram dúvidas sobre a legalidade do segundo turno em Contagem. Isso porque dois candidatos, um deles o terceiro colocado, Dr. Wellington (Republicanos), tiveram as chapas barradas. O outro foi Sebastião (PCO). 

A especulação era que, com a impugnação de suas candidaturas e a consequente nulidade de seus votos, Marília alcançaria mais de 50% dos votos, pré-requisito para a vitória direta. 

Apesar dos rumores, os números das urnas mostram que isso não aconteceria mesmo se descartados os votos do Republicanos e do PCO. Isso porque, retirando os votos de Dr. Wellington (40.069) e de Sebastião (64), os demais candidatos somam 125.287 votos. 

Marília Campos, com seus 118.955 votos, iria de 41,3% para 48,69% dos votos válidos no primeiro turno. Ela fica mais fortalecida, mas não o suficiente para vencer em primeiro turno. Desse modo, qualquer que seja a decisão final da Justiça quanto às chapas do Republicanos e do PCO, o segundo turno está garantido em Contagem.

Aval para candidato seria inócuo

A decisão sobre a impugnação da chapa de Dr. Wellington (Republicanos) aconteceu na quinta-feira antes da eleição. O vereador recorreu da decisão, mas o desfecho não muda o resultado da eleição. “Esse assunto agora tem pouca relevância porque ele não está no segundo turno. Nós teríamos uma complicação grande se ele tivesse ficado em segundo. Nesse caso, seria um caso de Justiça bem complicado”, explica o cientista político Felipe Nunes.

A chapa de Dr. Wellington foi impugnada por problemas internos de procedimento no Solidariedade, partido da vice, Maria José Chiodi. 

Quinze 15 candidatos disputaram a eleição de Contagem no último domingo. Ivayr Soalheiro (PDT), Márcio Bernardino (Novo), Wellington Silveira (PL), Professor Irineu (PSL), Coronel Alvear (Cidadania) e Kaka Menezes (Rede) tiveram menos de 5% dos votos válidos cada. Desses, a reportagem só conseguiu contato com Soalheiro e Silveira, que devem definir quem apoiar ainda nesta terça-feira (17). 

Já os candidatos Coronel Fiuza (PTC), Maria Lúcia Guedes (PV), Lindomar Gomes (PMN), Alfredo (Patriota), Dulce (PMB) e Sebastião Pessoa (PCO) tiveram menos de 2% cada. 

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