Em Contagem, ajuda à iniciativa privada e continuidade do IPTU

O desenvolvimento econômico deve nortear a disputa pela Prefeitura de Contagem, na região metropolitana. Com 16 nomes concorrendo à chefia do Executivo local, os candidatos iniciaram a campanha prometendo ajuda do Poder Público para que a iniciativa privada se recupere dos efeitos da pandemia, mas também frisaram a importância da cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), sempre um assunto polêmico na cidade, que ficou 28 anos sem recolher o tributo de pessoa física, para impulsionar a arrecadação municipal. 

O vereador de terceiro mandato e candidato pelo PDT, Ivayr Soalheiro, defende que sem o recurso do IPTU a prefeitura não consegue se manter. “Qualquer um que prometer acabar com esse devido imposto está mentindo. Não existe essa possibilidade”, diz. 

Uma das formas de incentivar a retomada dos empregos e da economia local, defende o vereador, é o incentivo aos eventos culturais. “A cultura foi largada há mais de 20 anos, e a economia criativa também. A cidade, especialmente no Eldorado, tem ruas que podem servir para a população fazer cultura, lazer, como música em voz e violão”, explica.

Para o advogado Felipe Saliba (DEM), a prefeitura precisa focar a geração de empregos e a ajuda aos comerciantes. 

“Os comerciantes estão sofrendo com as cobranças de placas, por exemplo, como eu no meu escritório. Nós precisamos agora incentivar a contratação, a geração de empregos, e não explorar as empresas, como vem acontecendo aqui”, conclui. 

Consequência

Seguindo na mesma linha de ajuda à iniciativa privada, o candidato pelo Partido Novo, o empresário Márcio Bernardino, planeja atrair empresas para aumentar a arrecadação do município que tem população estimada em 668.949 pessoas, segundo o IBGE.

“A questão mais popular é do IPTU. Eles pedem muito para reduzir o imposto, que está muito alto. Mas eu vejo isso com resultado de um processo de desindustrialização da cidade. A fuga das empresas causou o baixo desenvolvimento e, consequentemente, o aumento dos tributos”, diz. 

Bernardino conta com seu principal cabo eleitoral para colocar as medidas em prática. “Vamos trabalhar alinhados ao governo do Estado para receber verbas para projetos que sigam a mesma política tanto para o Estado quanto para a cidade”, diz. 

Já para Coronel Fiúza (PTC), apenas manter a cobrança do IPTU não será suficiente. Para ele, o problema da cidade não é falta de recurso, mas sim de gestão. “Corrupção, incapacidade de gestão e descaso com a população marcam as últimas administrações em Contagem. Teve até retorno do IPTU, e ainda assim a cidade não avança”, ressalta. 

Outras áreas

Na visão da deputada estadual Marília Campos (PT), além do emprego, a mobilidade urbana tem problemas que precisam ser enfrentados. 

“(Precisamos investir em) saúde, emprego e transporte, que é uma questão muito importante, porque a população usa em grande parte o transporte metropolitano, do qual a cidade não tem gerência. Mas a cidade pode e deve cobrar do governo um transporte mais integrado e com mais qualidade”, afirma. Marília Campos ocupou o cargo de prefeita de Contagem por dois mandatos, entre 2005 e 2012. 

Os outros candidatos

 - Coronel Alvear (Cidadania): Foi procurado na manhã dessa segunda-feira (28), mas sua assessoria de imprensa informou 
que ele não concederia entrevista porque não houve um agendamento prévio e, assim, não havia espaço em sua agenda. 

- Professor Irineu (PSL): O candidato não respondeu o contato da reportagem a tempo.

Os demais candidatos à Prefeitura de Contagem foram procurados por telefone, mas não atenderam as ligações:
- Alfredo (Patriota)

- Kaká Menezes (Rede)

- Lindomar Gomes (PMN) 

- Dulce (PMB) 

- Maria Lucia Guedes (PV)

- Rosa & Stella (PSOL)

- Sebastião Pessoa (PCO) 

- Wellington Silveira (PL)

- Doutor Wellington (Republicanos)