Região Noroeste

João Vítor propõe parceria com a iniciativa privada para revitalizar a Lagoinha

Candidato defende parceria com a iniciativa privada para a atração de investimentos, o que teria impacto na geração de emprego e renda para a localidade

Por Sávio Gabriel
Publicado em 04 de novembro de 2020 | 14:12
 
 
 
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Para requalificar o bairro da Lagoinha, localizado na região Noroeste da capital e conhecido pela falta de infraestrutura que se arrasta há anos, o candidato à prefeitura de Belo Horizonte João Vítor Xavier (Cidadania) defende um amplo projeto de revitalização do local. A viabilização da medida, considerada de longo prazo, seria por meio de parcerias com a iniciativa privada, numa forma de, segundo o candidato, estimular a geração de emprego, atração de investimentos e de moradores para a localidade.

João Vítor e seu companheiro de chapa, Leonardo Bortoletto (DEM), visitaram a Lagoinha na manhã desta quarta-feira (4), onde conversaram com moradores da região e receberam um manifesto deles. “Eles têm uma realidade muito clara de que a situação aqui não vai ser mudada com uma medida pontual. Tem que ser um trabalho coletivo, em conjunto”, disse o candidato do Cidadania, citando problemas como a população em situação de rua, tráfico de drogas, além de aspectos urbanísticos e arquitetônicos.

Nesse cenário, em uma eventual gestão sua, a revitalização sairia do papel por meio de parcerias com a iniciativa privada, modelo que João Vítor já defende em outros setores. “Uma das melhores opções que temos para a região são as operações urbanas consorciadas, onde a prefeitura chama a iniciativa privada, rediscute a ocupação de alguns setores, dá condição para o agente privado fazer projetos nesses setores”, explicou, lembrando que o modelo já foi feito na capital, ajudando na revitalização de outras localidades.

Outro formato pretendido é o da concessão de longo prazo para a iniciativa privada, com contrapartidas para que as empresas possam investir. Em ambos os modelos, João Vítor afirma que é possível conciliar os interesses do agente privado com os moradores da região, estimulando, inclusive, o interesse em residir na localidade.

“Acredito muito na teoria de que quando você atrai investimentos para uma região, essa região vai aos poucos se requalificando e melhorando. Precisamos rediscutir projetos de reutilização de áreas que temos aqui, de espaço para geração de emprego, de moradia”, defendeu, citando a proximidade da região com o Centro da capital. “Em qualquer lugar do mundo, uma região como essa é valorizada. As pessoas querem morar e as empresas querem se instalar nela”, explicou, reforçando que o papel da prefeitura é o de fomentar investimentos.

 

Moradores defendem implantação do Plano Diretor Local

Os moradores da região entregaram uma carta aberta ao deputado onde sinalizam a urgência de implementação do Plano Diretor Local, que está previsto no atual Plano Diretor de Belo Horizonte, aprovado em 2019. Essa legislação específica para a localidade “deverá se apoiar na promoção de políticas de estímulo à habitação digna e à economia criativa, seja ela baseada no patrimônio imaterial e cultural da região e seja aberta à nova dinâmica da economia mundial, pela simples razão da região ser parte importante do Centro de Belo Horizonte”.

Embora João Vítor defenda as operações urbanas consorciadas como uma das possibilidades para viabilizar a revitalização no local, os moradores apontaram, na carta, que a iminência de uma proposta nesse formato “traz ansiedade e receio no sentido de que o citado Plano Diretor Local seja construída de forma obtusa e unilateral pelo Poder Público”.

Nesse cenário, no documento entregue é defendido que o Plano Diretor específico para a região precisa “conciliar os interesses dos moradores com os setores empresarial e público, demandando investimentos a serem discutidos e aprovados em audiências públicas”. O argumento é de que “só através do empoderamento dos moradores e do pleno exercício da cidadania é possível construir um instrumento legal e de desenho urbano que garanta o adensamento da região, a captura de investimentos públicos e a segurança de investimentos privados na requalificação da região”.

 

Revitalização é projeto de longo prazo, diz João Vítor

O candidato do Cidadania esclareceu ainda que o projeto de revitalização na Lagoinha não é de curto prazo. “Não é uma coisa que você faz em três ou seis meses. É um projeto para quatro anos de governo e para durar mais para frente, em outros governos, por muitos anos”, explicou.

Ele reforçou que será preciso um “choque de investimento” da prefeitura e que uma medida isolada não vai melhorar a situação da localidade. Historicamente, o bairro da Lagoinha já foi objeto de diversos projetos de revitalização que acabaram não saindo do papel ou cuja implementação não aconteceu de forma eficiente.

No documento entregue pelos moradores da região, há queixas com relação às intervenções viárias, entre outros pontos. “Hoje a área apresenta-se em parte deteriorada por obras viárias que observaram apenas o automóvel, com prédios abandonados ou mal conservados, lotes vagos e imóveis desocupados, sendo uma das áreas de menor renovação urbana da cidade”, diz um trecho da carta.

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