Coronavírus

Kalil pede a comerciantes que respeitem regras para evitar 2ª onda no Natal

Em exercício hipotético, prefeito diz que se medidas sanitárias não forem respeitadas e os casos aumentarem em Belo Horizonte, comércio pode ter que voltar a fechar no período natalino

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 07 de outubro de 2020 | 17:00
 
 
 
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O atual prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Alexandre Kalil, se reuniu nesta quarta-feira (6) com a diretoria do Mercado Central. A imprensa pôde acompanhar por alguns minutos a conversa. 

Os jornalistas entraram na sala com o papo já em andamento, quando o prefeito Alexandre Kalil dizia que era obrigado a ser “chato nas regrinhas” para o funcionamento do comércio porque, segundo ele, é o “fio da navalha” entre “a baderna” e o cumprimento das medidas sanitárias.

Ele convidou os presentes a fazerem um exercício que, segundo Kalil, ninguém fez até agora, mas ele tem feito muito. Citando a cidade de Paris, capital da França, que fechou o comércio novamente após um rápido crescimento de novos casos de coronavírus, ele ressaltou a importância dos comerciantes seguirem as medidas recomendadas pela Prefeitura de Belo Horizonte.

“Vamos fazer um ensaio que ninguém fez até agora e eu tenho feito muito. Abre desordenado, abre tudo. Abre sem espaçamento”, disse.

“Então vocês imaginam o seguinte: nós numa segunda onda em dezembro, (o feriado de) Natal com a cidade fechada. Então se você não propagar isso (para os comerciantes) ‘o gente, nós estamos correndo o risco desse negócio desandar, de no Natal voltar a fechar’. Vocês cuidaram de vocês mesmos (Mercado Central). (Como fica) O lojista da Afonso Pena, o cara da lanchonete, o shopping, e se vier uma segunda onda no Natal?”, disse.

A taxa de transmissão do novo coronavírus em Belo Horizonte aumentou nos últimos dias. Depois de quase duas semanas abaixo de 1, o índice subiu para 1,02 na segunda-feira (5) e para 1,05 na terça-feira (6), o que colocou a cidade em alerta.

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o aumento é pouco significativo. O infectologista Estêvão Urbano, membro do comitê de enfrentamento, pontua que a preocupação deve ser maior se o índice permanecer acima de 1 por uma semana a dez dias. A taxa mais alta registrada na cidade foi no dia 29 de maio, em que chegou a 1,24. 

Um dos representantes do Mercado Central, que a reportagem não conseguiu identificar, respondeu ao prefeito que a associação de comerciantes conseguiu se tornar responsável pelo cumprimeto das medidas em vez de cada loja ser responsável pelo seu espaço. Ele chamou atenção principalmente para as mesas e cadeiras instaladas na calçada da Avenida Augusto de Lima.

“Nós então controlamos o espaço. Justamente o que o senhor falou. Pra não virar logicamente uma baderna, porque se deixa na mão do bar ele acha que pode tudo. A partir do momento que a administração assumiu o espaço, esse lá na rua, a administração é responsável por isso. Controle, segurança”, disse o representante não identificado.

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