Os tutores de pets estão cada vez mais antenados com os sintomas e comportamentos de seus animais e já perceberam que algumas terapias complementares melhoram muito sua qualidade de vida. Além de eleger um profissional qualificado para esta empreitada, é preciso comprometimento e envolvimento com o tratamento.
Uma das abordagens que vêm conquistando os tutores é a aromaterapia, ou seja, o uso de óleos essenciais com os pets. Mas ainda há muita desinformação, e algumas postagens virtuais irresponsáveis podem colocar em risco a saúde e a vida dos peludos.
A bióloga e aromaterapeuta Luanda Guerra concluiu em Portugal uma especialização em aromaterapia para animais e relata que seu trabalho se dá a partir da avaliação feita por um veterinário. Depois vem a conversa com o tutor que preenche um questionário detalhado com as queixas físicas e comportamentais do animal, seu histórico médico, dados sobre a personalidade e seus hábitos.
“A partir dessa avaliação, eu uso a zoofarmacognosia, conhecimento intuitivo que os animais têm, para fazer a escolha do óleo que vai promover a sua cura e o seu equilíbrio”, explica Luanda.
Com todas essas informações, a aromaterapeuta elege três óleos essenciais que podem ajudar o animal. “Aproximo os frascos tampados do nariz do pet para que ele possa farejar e é ele que decide com qual óleo vai interagir. Quando ele se interessa por determinado óleo, significa que está pronto para ser trabalhado. O óleo essencial é então diluído em óleo vegetal na concentração adequada para o caso específico daquele animal. O uso pode ser tópico, ou o pet pode inalar ou lamber. Ele próprio decide a forma e por quanto tempo quer”, ressalta Luanda.
A aromaterapeuta ressalta que esta é uma abordagem natural e segura e que age diretamente na solução de problemas físicos e comportamentais de cães e gatos, como ansiedade, distúrbios de separação, medos, traumas, questões que envolvem adaptação a um novo ambiente, mudanças de rotina e chegada de novo membro familiar (outro animal ou um bebê).
Luanda faz um alerta: “não existe um óleo essencial específico para determinado problema, pois cada animal é um indivíduo com questões próprias. Deve-se sempre respeitar a escolha do animal”.
A aromaterapia reduz a carga de produtos químicos no organismo dos animais e os efeitos colaterais dos medicamentos e pode atuar não apenas na parte física, mas também em aspectos emocionais e comportamentais, agindo nos corpos físico, mental e emocional. “Ela não substitui os medicamentos convencionais, e qualquer animal (com exceção dos aquáticos) pode se beneficiar”, finaliza Luanda.
SERVIÇO: Nos dias 1º, 2 e 3 de fevereiro, às 19h30, acontecerá a “Trilha Aromática 3”, curso online gratuito sobre como usar óleos essenciais de forma segura nos seus pets. www.arvoe.com.br.
O que não fazer
· Não usar óleos sem diluição ou em altas concentrações;
· Não utilizar óleos dentro dos olhos, dos ouvidos, em regiões de mucosas e no focinho;
· Não pingar óleos essenciais na água e nos alimentos;
· Não utilizar óleos potencialmente tóxicos como cravo, canela, orégano e tomilho;
· Não utilizar o difusor em ambientes fechados;
· Não forçar a interação dos animais com os óleos essenciais por meio do uso em bandanas, colares difusores, na caminha ou nos brinquedos.
Acupuntura
Benefícios são físicos e comportamentais
Até os animais estão se rendendo à acupuntura. Às vezes eles se sentem incomodados ou apreensivos com as agulhas, mas um pouco de carinho resolve tudo. As sessões demoram entre dez minutos e 15 minutos e, quando termina, além dos benefícios físicos, eles ficam muito relaxados e dormem muito bem”, diz Bruno Lapertosa Drummond, médico veterinário acupunturista.
Em sua prática clínica tem sido comum tratar animais mais idosos e com algum tipo de comprometimento crônico do sistema locomotor. “A acupuntura tem ótimos resultados em patologias neurológicas, reduzindo as doses de medicamento e as crises, no tratamento de lesões de coluna, incontinência urinária e fecal, insuficiência cardíaca, alívio de dores crônicas e relaxamento muscular”, comenta Drummond.
Relato
“Lola dormia mesmo cheia de agulhas”
A acupuntura permite o tratamento de forma não farmacológica e sem os efeitos colaterais. “O protocolo inicial de atendimento é de uma sessão por semana durante três a cinco semanas, e, a partir da melhora clínica, esse intervalo é aumentado. Depois que o animal sai da crise é ele próprio que vai sinalizando a necessidade das sessões. Aí fazemos uma manutenção preventiva para harmonização do animal e a fim de evitar a recidiva”, explica Bruno Lapertosa Drummond.
Quem se beneficiou com as sessões de acupuntura do profissional foi Lola, uma labradora que sofria de displasia no quadril e que alegrou durante 15 anos a vida da advogada Zilda Mol. “Lola amava as sessões e era comovente constatar a eficácia da acupuntura e ver como ela relaxava a ponto de dormir profundamente, mesmo com o corpo cheio de agulhas”, relembra Zilda. (AED)