Diz o ditado que vale tudo entre quatro paredes. Imagine, então, ter todo o desempenho sexual computado por um dispositivo e, mais ainda: acessar os dados pelo celular. Essa é a proposta da empresa British Condoms, do Reino Unido, que desenvolveu uma camisinha tecnológica. O dispositivo, que custa 59,99 libras (aproximadamente R$ 263), coleta dados de seus usuários durante as relações sexuais e permite o compartilhamento das informações.
O anel ajustável mede o número e a velocidade das penetrações, a duração total das relações sexuais, a dados tradicionais, como calorias queimadas. Como se não bastasse, a versão beta do objeto permite rastrear as posições feitas durante o sexo.
Um porta-voz da British Condoms disse que o dispositivo é capaz de detectar infecções como clamídia e gonorreia: “Há um LED que emitirá uma luz roxa se as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) que podemos identificar estiverem presentes”, afirmou, segundo o Independent.ie.
Para funcionar, o i.Con – um tipo de anel flexível com sensores – deve ser colocado na base do pênis, por cima do preservativo tradicional. Os sensores coletam as informações, que são enviadas para um aplicativo no celular do usuário. Ele pode fazer o que quiser com elas – inclusive compartilhá-las.
Privacidade. Há quem tenha ressalvas ao método – principalmente se considerarmos que, no início deste ano, um aplicativo de vibradores foi hackeado, e suas informações, vazadas.
Sobre a segurança da camisinha tecnológica, a empresa afirmou que “o aplicativo e o dispositivo usarão criptografia de ponta a ponta. Se eles (usuários) optarem, podem compartilhar as informações anonimamente, ou até mesmo em mídias sociais”.
Todos os dados serão mantidos anônimos, mas os usuários terão a opção de compartilhar as informações mais recentes com os amigos. É possível acessar anonimamente estatísticas e – se houver interesse – compará-las com as de outros usuários do i.Con em todo o mundo.
Bom senso. Para a sexóloga Sônia Eustáquia, membro da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, a iniciativa é positiva. “Os dados referentes às relações sexuais costumam ser escassos. Ter acesso a essas informações pode facilitar tanto a medicina, com diagnósticos mais precisos, quanto o relacionamento do casal na cama”, afirma.
Mas, para ela, é necessário haver sensatez. “São dados particulares, muito íntimos. O uso desse dispositivo deve ser de comum acordo entre o casal. E não deve ser usado, jamais, para denegrir o desempenho do homem, pelo contrário. A tecnologia vem para ajudar a melhorar o desempenho sexual e oferecer uma qualidade maior entre quatro paredes”, esclarece a sexóloga.