Egito

Ciência começa a desvendar os mistérios das pirâmides 

Projeto visa explicar o sistema de construção desses mausoléus de 4.500 anos


Publicado em 19 de janeiro de 2016 | 04:00
 
 
 
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Cairo, Egito. Especialistas egípcios descobriram partículas de energia no interior da pirâmide de Quéops, em Giza, nos arredores do Cairo, que poderiam ajudar a explicar o sistema de construção e revelar mais segredos desses mausoléus (tumbas grandiosas) de 4.500 anos. A descoberta faz parte do projeto ScanPyramids, anunciado no último domingo.

Com a detecção de muóns (partículas de energia que penetram nos objetos) é possível descobrir se há câmaras ocultas. O objetivo principal desse trabalho é avançar rumo à fórmula que permitiu aos construtores da época colocar as pesadas e enormes pedras umas sobre as outras e elevá-las a 150 m de altura.

Segundo as pesquisas atuais, os estudiosos concluíram que, na parte superior da Pirâmide Vermelha de Dahshur, ao sul do Cairo, a temperatura é sempre mais alta que a do mesmo lugar dos outros mausoléus. No entanto, não há diferença de temperatura entre as quatro faces da mesma pirâmide.

O ministro de Antiguidades egípcio, Mamduh al Damati, anunciou que o próximo passo é colocar uma câmera termográfica fixa, de infravermelhos, dentro das pirâmides de Quéops, Quéfren, Miquerinos e Dahshur.

O projeto pretende confirmar que as diferenças de temperatura descobertas, por exemplo, entre várias pedras da pirâmide de Quéops, não são consequência do clima exterior nem das mudanças estacionais.

Al Damati destacou que essa etapa do projeto durará mais de dois meses, já que as autoridades só contam com uma câmera desse tipo, que deverá ser instalada dentro dos quatro mausoléus.

Sete maravilhas. O programa ScanPyramids, do qual participam cientistas egípcios, franceses, canadenses e japoneses, começou no dia 25 de outubro e utiliza técnicas não invasivas como análises térmicas com câmeras infravermelhas ou cartografia com ajuda de drones.

No dia 9 de novembro do ano passado, Al Damati anunciou que a termografia infravermelha aplicada à Grande Pirâmide de Gizé havia revelado tais discrepâncias de temperatura entre diferentes blocos contíguos – de até 6ºC –, que poderiam indicar a presença de câmaras secretas ainda não exploradas.

Essa pirâmide abrigou os restos mortais do faraó Quéops e é a última das sete maravilhas do mundo antigo ainda de pé.

Antes da roda. O ministro também prometeu que a pirâmide de Quéops (com 146 m de altura), construída há mais de 4.500 anos – anterior à invenção da roda – iria revelar um de seus “segredos” antes do término do programa, previsto para o fim de 2016.

Também foram detectadas várias “anomalias térmicas” na fachada norte de Quéops, anunciou neste domingo o especialista Mathieu Klein, da Universidade Laval, de Québec, no Canadá.

Essas diferenças de temperatura entre blocos vizinhos podem indicar a existência de uma cavidade ou de um corredor, de acordo com os especialistas.

“Temos muitos mistérios para resolver nas pirâmides, mas ainda é cedo para saber no que consistem”, disse Al Damati.

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