King’s College

Vício em celular atinge 23% dos jovens

De acordo com a pesquisa, um em cada quatro entrevistados ficou ansioso sem o aparelho


Publicado em 30 de novembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Um estudo britânico concluiu que uma em cada quatro pessoas entre a adolescência e o início dos 20 anos reage com ansiedade e irritação quando fica impedida de acessar o próprio smartphone. O artigo, de autoria de pesquisadores do King’s College de Londres e publicado na revista científica “BMC Psychiatry”, foi feito a partir e 41 pesquisas anteriores, que analisaram um total de 42 mil pessoas da Europa, Ásia e das Américas.

Essas pesquisas usaram questionários para descobrir se os entrevistados ficavam ansiosos quando o dispositivo não estava perto ou mesmo se negligenciavam outras atividades enquanto estavam no celular.

Segundo os resultados, 23% dos jovens apresentam uma relação disfuncional com o smartphone, o que, segundo os pesquisadores, está associado a problemas de saúde mental. O levantamento, no entanto, não consegue precisar se o problema é causado pelos smartphones – ou se o mau uso dos dispositivos eletrônicos é um reflexo.

“Parece que uma parcela significativa de adolescentes e jovens de vários países diferentes estão relatando padrões de comportamento que reconhecemos de outros tipos de vício”, disse Nicola Kalk, uma dos co-autores do estudo e integrante do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College de Londres. “Há, no entanto, uma necessidade de conscientização pública sobre o uso de smartphones por crianças e jovens, e os pais devem estar cientes de quanto tempo seus filhos passam em seus telefones”.

Ao jornal “The Guardian”, Nicola indicou que o próximo passo da pesquisa será investigar se o vício está sendo causado pelo conteúdo nos aplicativos ou se é algo inerente ao smartphone.

O estudo também descobriu que o vício é mais observável em adolescentes do sexo feminino e também entre aqueles indivíduos que apresentam quadros de compulsão por compras e que consomem uma alta quantidade de álcool e nicotina. Segundo os autores, problemas de rendimento escolar, depressão, insônia e estresse podem estar relacionados. “Os smartphones viera m para ficar. Por isso, é necessário que possamos entender o predomínio de uma utilização problemática desses dispositivos”, resume Nicola Kalk.

No Brasil

Ufes. Pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo, feita com jovens entre 15 e 19 anos de Vitória, concluiu que 25,3% dos entrevistados eram viciados em internet.

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