Uma alteração na forma como se medem quatro das sete unidades básicas – quilograma, ampère, kelvin e mol – passou a valer ontem em todo o mundo. A nova definição do Sistema Internacional de Unidades (SI) foi estabelecida em novembro de 2018 por representantes de 60 países na Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM).
De acordo com Anderson Beatrice, chefe substituto do Laboratório de Massa do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), agora, a medição das unidades não precisa mais de nenhum objeto físico, que pode sofrer alterações ao longo do tempo e influenciar nos resultados.
“As mudanças afetam diretamente a ciência por causa do alto nível exigido na precisão dos cálculos. O método anterior sofreu ‘perda de peso’ nas últimas décadas e não media mais um quilograma com exatidão, por exemplo. Nos laboratórios, não podemos sofrer com essa instabilidade”, explica Beatrice.
Apesar dessa influência, afirma o especialista, as mudanças não atingem o dia a dia das pessoas. “Os mais variados produtos consumidos pela sociedade continuam sendo medidos da mesma forma. Isso não vai mudar”, diz.
O que vale agora
O quilograma vai derivar da constante de Planck (h), fundamental da física quântica. O kelvin (medido por meio da água) será definido pela constante de Boltzmann (k), unidade relacionada à agitação térmica das partículas de um corpo. Já o ampère será medido a partir da carga elementar (carga elétrica de um próton), e o mol, uma unidade utilizada sobretudo na química, dependerá diretamente da constante de Avogadro.