Decoração

Grafite é tendência na decoração de ambientes

Arte tem sido cada vez mais utilizada em fachadas e no interior de residências e imóveis comerciais


Publicado em 02 de abril de 2017 | 03:00
 
 
 
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Pensando em criar um ambiente atrativo e aconchegante para os clientes, a empresária Daniele Bressane procurou uma solução criativa para ornamentar sua loja de roupas: o grafite. O nome, que significa “escritas com carvão”, e era dado às inscrições feitas nas paredes no Império Romano, hoje representa uma manifestação artística e uma forma de expressão.
 
A vitrine e uma das paredes do imóvel receberam cores vibrantes e desenhos inspiradores. “Eu sempre gostei de grafite. Esse trabalho aumentou o astral da minha loja. Todas as pessoas que entram perguntam quem o fez. Gostei muito do resultado e, agora, quero fazer no quarto do meu filho e das minhas filhas”, conta.
 
Para a arquiteta Tânia Sales, o grafite na decoração é uma verdadeira obra de arte. A profissional adotou a técnica em um ambiente projetado por ela nas primeiras edições da mostra Casa Cor Minas e, desde então, percebeu o aumento do interesse por esse recurso na decoração de ambientes. 
 
“É um diferencial. Em vez de usar papel de parede, quadros ou posters, eu procurei uma nova opção, que também tivesse um custo-benefício bom. Dá um efeito muito bacana. É como se fosse um quadro pintado. É você levar uma obra de arte para a parede. Bons grafiteiros são artistas”, comenta Tânia.
 
As técnicas do grafite podem ser aplicadas tanto em ambientes externos quanto internos, em imóveis comerciais ou residenciais. “Mesmo se a casa for clássica, pode-se usar o grafite dentro do quarto de um rapaz ou em uma sala. Depende do tema e da forma que a pessoa vai desenhar na parede. Você vai adequar o grafite ao estilo da decoração. Só é preciso coordenar gosto, estilo e local”, frisa Tânia, que adotou a técnica em um ambiente projetado por ela nas primeiras edições da Casa Cor Minas.
 
O responsável pelo grafite na loja da empresária Daniele Bressane e pelo projeto de Tânia foi Davidson Gonzalez do Nascimento, mais conhecido no meio artístico como Seres. Graduando em Licenciatura nas Artes, o grafiteiro e artista considera que a técnica tem tudo a ver com arquitetura e decoração de interiores.
 
“O grafite adiciona muita personalidade e cor onde quer que seja e uma de suas características é a humanização dos espaços onde ele é feito. A forma como ele será inserido vai variar muito do estilo do artista. Particularmente, gosto muito da linha abstrata para interiores e dentro disso pode-se inserir qualquer elemento”, destaca. 
 
Na prática
 
Quem pretende adotar a técnica, mas tem dúvidas sobre o desenho e as cores, pode contar com a orientação dos grafiteiros. “Temos algumas tabelas e portfólios que facilitam na hora da escolha”, conta Nascimento. Após a escolha, inicia-se a fase da criação.
 
“Os processos variam muito, mas a primeira fase é uma visita em que se fotografa o ambiente e é feito um briefing com o cliente. A partir disso, é desenvolvido no ateliê um projeto gráfico já com a simulação da arte sobre o espaço. Depois, é agendada a aplicação onde são utilizados os mais diversos tipos de materiais, que variam entre sprays, óleo, acrílicas, marcadores especiais etc”, explica.
 
Ainda segundo ele, o prazo de execução varia a cada trabalho, mas, geralmente, são necessários três dias para concluir um ambiente com pé direito padrão. Atualmente, Nascimento possui clientes de estilos diversos. “Minha técnica é para quem gosta do urbano e enxerga o grafite como uma arte contemporânea”, pontua.
 
Repaginando
 
O grafite também pode ser aplicado em peças como poltronas, cadeiras, mesas, jardim vertical, painel de televisão, divisórias, quadros e placas. É o que fazem os jovens integrantes do projeto Na Tora Design, que funciona na Ong Terra Santa, no bairro Estrela Dalva, em Contagem, na Grande BH.
 
“A ideia é produzir móveis e peças personalizadas com madeiras utilizadas em pallets e mdf, criando peças úteis, usando a criatividade e as técnicas de grafite. Esse mobiliário valoriza o espaço por serem peças exclusivas”, afirma Eron Xavier, coordenador do projeto com apoio de Jefferson dos Santos Patrício e Paulo Henrique Terrinha. 

 

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