Estudo

Novo teste detecta o uso de cocaína por impressão digital

Análise aponta em minutos se houve ou não consumo da droga


Publicado em 23 de setembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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RIO DE JANEIRO. Cientistas da Universidade de Surrey, no Reino Unido, desenvolveram um teste rápido, usando a impressão digital, que pode confirmar em minutos se uma pessoa fez uso de cocaína. A pesquisa, publicada no jornal científico “Clinical Chemistry”, é o resultado do primeiro estudo em grande escala de usuários da droga e foi considerada um avanço para um alcance maior na detecção de usuários de outras substâncias da mesma categoria.

O estudo, realizado em parceria com o Netherlands Forensic Institute and Intelligent Fingerprinting, foi liderado por Catia Costa e Melanie Bailey, da Universidade de Surrey. Para analisar os níveis de cocaína detectados nas impressões digitais, a equipe usou papel cromatográfico para retirar as amostras como parte de uma técnica conhecida como “espectrometria de massas por paper spray”.

Foram analisadas impressões digitais de pacientes que faziam reabilitação, assim como de não usuários de drogas. Todos lavaram as mãos de formas variadas antes de as amostras serem coletadas. A espectrometria de massas por paper spray é uma técnica recente que tem mostrado boa sensibilidade analítica para detecção de drogas pelo sangue. O avanço relativo ao estudo é o uso de impressões digitais como uma alternativa de matriz não invasiva e de simples rastreamento.

Na impressão digital analisada foram usados produtos químicos para que seus cumes (e, por consequência, a identidade do doador) pudessem ser estabelecidas antes da análise. Quando se faz uso de cocaína, os traços dos indicadores quimícos benzoylecgonina e metilecgonina, enquanto metabolizam a droga, permanecem em resíduos das impressões digitais, e podem ser detectados até após a higiene das mãos.

Segundo Catia Costa, a espectrometria de massas por paper spray vem angariando popularidade por ser um método “incrivelmente sensitivo e fácil de configurar um sistema de teste”. “Vai salvar tempo de laboratório”, frisa ela, lembrando que essa foi a primeira vez em que a técnica foi usada para detectar a presença de drogas em impressões digitais. “O resultado mostra que foi 99% efetiva na detecção do uso de cocaína”, diz.

Melanie Bailey acrescenta: “É um grande avanço trazer um método não invasivo de teste de drogas que aponta um resultado definitivo em minutos”.

Avanço. A cientista Melanie Bailey ressalta que as pesquisas devem avançar ainda mais: “Estamos trabalhando em um método (de detecção da droga) de 30 segundos”.

Rastreio. Jerry Walker, CEO da “Intelligent Fingerprinting”, afirma que a pesquisa “demonstra o importante papel que as impressões digitais podem ter na simplificação do rastreio de drogas”.

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